Avianca Colômbia é acusada de grampear telefone de sindicatos

A Avianca Holdings, empresa que controla a Avianca nos países latinos com exceção do Brasil e Argentina, está sendo formalmente acusada de colocar grampos (escutas) nos telefones de sindicatos de aeronautas durante a última greve que gerou demissão de centena de pilotos.




Avião Airbus A330-300 Avianca

A greve foi iniciada no dia 20 de setembro de 2017, e foi a maior já vista na Colômbia e provavelmente a maior de toda a América Latina. O movimento foi aderido por mais da metade do quadro de pilotos, em torno de 700 funcionários dos 1300 da área de tripulação técnica.

A paralisação durou pouco mais de um mês, causando diversos transtornos para os passageiros e prejuízos milionários para a companhia. Os resultados foram sentidos na divisão brasileira, que precisou assumir rotas da Avianca Colombia além de ter que ceder alguns pilotos para voarem rotas domésticas com aviões colombianos.

Um dos envolvidos na denúncia é Laude Jose Fernandez, que já foi o chefe de inteligência do DAS – Departamento Administrativo de Seguridad, uma similar colombiana à brasileira ABIN. O DAS foi desfeito em 2011 exatamente por escândalos de grampos ilegais, mas muito dos membros continuaram na vida pública normalmente.




O processo contra Laude vem após depoimento de um dos “espiões”, o Major do Exército da Colômbia Luis Quiroga, que declarou em depoimento que a intenção era “saber o que o sindicato Associação Colombiana de Aviadores Civis (ACDAC) faria após a greve”.

“O conteúdo da informação requisitada era basicamente o que eles estavam falando no sindicato e sobre potenciais ações jurídicas futuras”, declarou Luis Quiroga.

Já outra testemunha, Jorge Humberto Salinas, disse que o oficial de acusação Roberto Montenegro o contactou sobre o caso da Avianca: “O que ele me disse foi que funcionários da Avianca e advogados queriam saber em tempo real o que estava acontecendo no ACDAC no momento, e ele me deu os números do presidente e vice-presidente do sindicato. Eles queriam saber sobre as conversas das ações e atividades que o ACDAC estava tomando contra a Avianca”.

Logo depois Montenegro testemunhou que ele foi contactado por Laude, que ele conhecia desde a época do DAS. O nome Laude é bem incomum na Colômbia, e logo os investigadores chegaram à Jose Fernandez.

Se a Avianca será investigada formalmente ou não depende de Laude, que poderá ser preso na próxima semana. Ele pode conseguir atenuar sua prisão caso fale sobre seu contato com a companhia.

A Avianca Holdings por sua vez negou que tenha qualquer envolvimento com as escutas no ACDAC. Após a greve a companhia demitiu quase 100 pilotos do seu quadro.

Com informações do Colombia Reports.




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