Boeing 727 desativado há 13 anos ganha os céus novamente.

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No início de 2015, em preparação para a construção de seu novo pavilhão de aviação, o Seattle’s Museum of Flight, grande atração da Boeing em sua sede, moveu um Boeing 727 para ficar parado no Boeing Field, já que seguiria para outro destino. Porém, a realidade não foi esta. O trimotor clássico que prestou serviços à American Airlines desde 1978 e há mais de uma década estava parado e inutilizado com todos os seus equipamentos intactos e chamou a atenção de John Roper, diretor do National Airline History Museum (NAHM) de Kansas City, seu novo destino. John prontamente avaliou a papelada, sendo cedido pela Boeing, aceitara o desafio que seria transportá-lo pelo país. O mais lógico era que ele fosse desmontado e, por terra, remontado em seu destino. Eles queriam mais: Em março deste ano, foi decidido que ele iria voando, recuperada toda sua potência e vida, ele ganharia os céus novamente após um longo período de trabalho pesado.

Foi determinado que a aeronave passaria pelo procedimento de manutenção mais próximo possível de um Check-C, um longo procedimento em que os profissionais desmontam e remontam o avião em busca de falhas e testam todos os sistemas e parâmetros em solo.

Reprodução / N874AA Facebook page
Reprodução / N874AA Facebook page

Adesão de grupos especialistas voluntários 

Para isso, foi preciso a adesão de diversos voluntários capacitados dispostos a doar seu tempo por contribuir com esse pedaço de história. Além de muita graxa, bastante análise de documentos e aprovações excepcionais do FAA eram necessárias, o que tornava a missão muito difícil e atrasou bastante os prazos.

Procedimentos de manutenção para a restauração da máquina

Em um determinado momento, para avaliar possíveis vazamentos e todo o sistema hidráulico da aeronave, o trem de pouso teria que ser acionado e retraído, para isso, era necessário posicionar o avião em uma área onde ele pudesse ser levantado com macacos hidráulicos, e cada movimentação era feita em coordenação com os administradores do King County International e gerava custos. Ainda em sua fase de recuperação, estudantes de ciências aeronáuticas das cidades próximas eram convidados a assistir, mostrando que desde sua concepção, o projeto também gerava frutos.

O próximo passo seria a instalação de um novo aileron. Uma das asas foi danificada anos atrás enquanto a aeronave estava em exibição pública, afinal, foram treze anos de inatividade e a exposição ao tempo não perdoou: todos os flapes foram testados e, encontrados problemas, mais trabalho se mostrava necessário. Quando as três JT8D-9A foram acionadas, muita coisa foi expelida de seu interior, o que incluía ninhos de aves que encontraram nele um novo lar. Nesse estágio, foi necessário uma autorização especial do FAA (AMOC) para que os velhos reatores voltassem à vida, já que sem a manutenção necessária, eles ‘perderam a validade’. 

Reprodução / N874AA Facebook
Reprodução / N874AA Facebook

Em último, eles vão pensar na aparência exterior do 727, já que além do visual, ter seu exterior polido e renovado vai proteger a fuselagem e melhorar a performance em voo. Adesivos originais e a tinta foram recuperados, já que muito material se encontrava abandonado nos porões, mas o orçamento para o serviço completo estimou que quase 45 mil dólares vão ser necessários para esta fase, o que adiciona mais tempo até o tão sonhado voo, previsto para acontecer nos próximos meses.

Acompanhe em tempo real 

Para acompanhar todo esse processo, fãs da aviação mundial agora têm uma página no Facebook onde constantes atualizações em fotos e vídeos são feitas a respeito dos trabalhos. Lá pudemos acompanhar que o lindo som dos motores à jato já ganharam bastante vida!

Assim que a clássica aeronave retomar o voo e chegar em sua nova casa, além de estar disponível para o público, servirá de peça experimental de estudantes e profissionais da área, o que vai permiti-los ganhar experiência em aeronaves pesadas e também em motores de alta performance. Existem ainda planos mais ambiciosos para o futuro, como revela John Roper: “Depois de alguns anos pretendemos levá-lo a um patamar onde ele vai poder visitar shows aéreos e oferecer voos ao público interessado.”


© AeroIN.net

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