Boeing 777, o ‘estado da arte’ da indústria aeronáutica.

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Um projeto inovador, recordista e revolucionário. Mais do que generosos, esses adjetivos são justos para descrever um avião que é considerado o ‘estado-da-arte’ da indústria aeronáutica mundial, o Boeing 777.

Preparamos uma coletânea de fatos históricos para que você se torne mais íntimo dessa incrível máquina, que acaba de completar vinte e um anos de voos comerciais e que ainda figura entre os mais modernos aviões em operação comercial no mundo.




Um projeto inovador e recordista

Nascido em outubro de 1990, o Triplo-7 foi o primeiro avião da Boeing desenhado totalmente com auxílio de computação gráfica em 3D. Também foi o pioneiro na adoção de controles fly-by-wire, aviônicos configuráveis por softwares, cockpit eletrônico e o primeiro a usar fibra ótica nas conexões de aviônicos.

Seu desenvolvimento contou com a consultoria das oito maiores empresas aéreas do mundo na ocasião, e isso ajudou a criar uma máquina que fosse resiliente e insuperável, por muito tempo. A partir do 777, a prática de convidar empresas aéreas para participar do desenvolvimento de projetos de aviões tornou-se uma praxe de mercado.

Após um período exaustivo de testes, aos 7 de junho de 1995 decolava o voo comercial inaugural da aeronave, operado pela United Airlines, na rota entre Londres e Washington. O prefixo da aeronave não poderia ser outro senão N777UA.




Em 1996, o projeto do 777 foi premiado como um dos mais revolucionários da indústria aeronáutica em todos os tempos pelo Museu Aeroespacial do Instituto Smithsonian, dos Estados Unidos.

Hoje, continua sendo o maior jato bimotor do mundo em comprimento, com 73,9 metros (versão -300) e seu motor é, em diâmetro, o maior de toda a indústria aeronáutica, com 3,4 metros (variante GE90).

É o avião wide-body (‘corpo largo’) mais vendido do mundo. Até junho de 2016, haviam sido encomendados 1.897 aviões, dos quais 1.413 já foram entregues. A maior frota do mundo pertence à Emirates, com 156 Boeing 777 voando, inclusive em voos para o Brasil.

A versão 777-200LR é a aeronave de maior alcance do mundo, habilitada a voar mais do que meia volta ao mundo. É seu o recorde de maior voo realizado por uma aeronave comercial. O evento aconteceu em em 2005, quando um LR voou entre Hong Kong e Londres sem escalas, cumprindo 21.601 km em 22 horas e 42 minutos de voo. 




Em outubro de 2003, entrara para os livros de história quando atingiu o maior nível em certificação ETOPS de todos os tempos, voando cinco horas e meia com um de seus motores desligado. A marca também foi possível pela confiabilidade do motor General Electric GE90-115B, presente em todos os modelos 777-300ER. O motor é, até hoje, o maior e mais potente da aviação comercial.

Além das marcas históricas, é também considerado um dos mais seguros jatos do mundo. Em sua história de 21 anos, são apenas três acidentes com vítimas fatais, sendo todos eles causados por ações humanas e nenhum por erros de projeto.

Um sucesso entre operadores e passageiros

Pode-se medir o sucesso de uma aeronave por sua carteira de pedidos. Até junho de 2016 haviam sido entregues 1.413 unidades do modelo, e ainda há mais 484 pedidos para os próximos anos (fonte: Boeing).

Os números são resultado de um projeto bem desenvolvido e do aprimoramento contínuo realizado ao longo das duas últimas décadas. A absorção de novas tecnologias em componentes e instrumentos de navegação deixaram a aeronave mais econômica, mais amigável ao meio-ambiente e a manteve como um dos carros-chefes da fabricante norte-americana.




Atualmente, são produzidas duas versões da aeronave. Uma delas é o 777-300ER, semelhante ao da SWISS que ilustra essa matéria, e o cargueiro 777F. Dentro em breve também serão iniciadas as produções da série 777X (os recém-batizados Boeing 777-8 e 777-9).

Conforto interno: a assinatura da Boeing

A consultoria das empresas aéreas durante o desenvolvimento do projeto ajudou a Boeing a entender melhor as demandas dos diferentes tipos de passageiros. O interior foi totalmente pensado no conforto do viajante e possui painéis curvados com compartimentos de bagagem maiores e luzes indiretas. Até o desenvolvimento do 787, as janelas do Triplo-7 foram as maiores da aviação comercial.

Por dentro, as conexões dos sistemas de água, elétrico, pneumático e outros, foram desenhadas para que os operadores pudessem configurar a aeronave praticamente sem restrições, mover galleys, aumentar espaço de assentos, criar diferentes classes de serviço, etc.

No ano 2000, uma pesquisa conduzida por seis companhias aéreas europeias e árabes revelou ao mundo a preferência dos passageiros pelo Boeing. Na pesquisa, 3 em cada 4 passageiros entrevistados preferiu o 777 nas rotas de longa distância. Entre os destaques, eram elencados seu silêncio de cabine e amplo espaço interno.

Texto André Le Senechal Bastauskas e Carlos E Roman Ferreira

Fotos do Arquivo AEROIN

Toda a pesquisa realizada junto à Boeing e veículos de mídia de primeira linha.

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