Se o ano de 2019 foi o pior da história da Boeing, 2020 parece não ter começado fácil: a FAA está exigindo modificações no antigo trijato 727.
A preocupação da Agência de Aviação Civil dos EUA – FAA, é sobre um tanque auxiliar instalado em alguns Boeing 727. A agência alega que o medidor de combustível tem potencial para gerar uma ignição pela eletricidade e resultar numa potencial explosão.
Com isto, a FAA exige que a Boeing e os operadores de 727 façam uma modificação para evitar esta possibilidade de ignição ou removam o tanque auxiliar de combustível, que está sob a fuselagem da aeronave.
Porém, fontes informaram à FlightGlobal que a Boeing não aceita a decisão da FAA, e reafirma que o indicador de combustível do 727 é totalmente seguro.
Boeing não quer modificar o já antigo 727
A fabricante teria afirmado que a falha elétrica neste medidor é extremamente remota e tem vunerabilidade limitada. Outro ponto levantado pela Boeing é, que dos 272 jatos construídos, em apenas seis foram instalados o tanque auxiliar.
Mesmo assim a FAA mantém a decisão, que começa a valer a partir do dia 4 de fevereiro. A agência afirmou que a Boeing não deu detalhes sobre o estudo que garante a segurança do medidor. Inclusive existem similaridades entre o indicador do 727 e o do jumbo 747 da TWA que explodiu no ar em 1996, matando 230 pessoas entre passageiros e tripulantes.
O acidente de 1996 foi causado por um curto-circuito interno, mas devido à extensão dos danos não foi possível concluir qual seria a fonte do curto-circuito. Porém, a Boeing logo após o acidente, modificou todos os indicadores de combustível nos tanques do 747.
A fabricante afirma que a aposentadoria do avião, que já não faz mais voos de passageiros e se limita à fretamentos e voos de carga, diminui potencialmente a exposição a um possível acidente, e que a proposta da FAA iria gerar custos desnecessários sem aumentar a segurança.
A agência rebate que é obrigada a informar sobre aeronaves com problemas de segurança, independentemente se são aviões que estão em operação ou não. A FAA também afirma que as suas diretrizes não são feitas analisando o risco pela proporção de aviões voando. A Boeing teria pedido uma extensão de mais 12 meses, chegando a 24, para produzir uma solução adequada à FAA neste caso, mas foi negada.