Gesto de amor: Comandante doa rim para salvar vida de Comissária

Existem as coisas normais que colegas de trabalho fazem para mostrar preocupação e apreço por seu próximo. Geralmente coisas do dia-a-dia, como fazer o trabalho do colega quando ele tem alguma emergência na família, ajudando quando o outro tem mobilidade reduzida ou parabenizando por datas especiais.

Mas, em algumas raras vezes, as pessoas vão realmente a fundo na definição de empatia e amor ao próximo.

Jenny e Jodi

Essa é a história de uma funcionária que passou por uma complexa cirurgia para remover um rim, que foi doado à sua colega de trabalho, salvando sua vida. Foi isso que a comandante Jodi Harskamp fez pela comissária Jenny Stanselambas da Alaska Airlines.

A comandante Harskamp passou pela cirurgia em 13 de março de 2017, e garantiu uma nova vida à comissária Stansel, que lutava por sua sobrevivência desde que seus rins deixaram de funcionar. Ela enfrentava a doença renal crônica há 15 anos, mas estava em um tratamento exaustivo para insuficiência renal em estágio terminal após um quase colapso do órgão no ano anterior.

Com apenas 38 anos, Stansel já havia passado por sete cirurgias, sete internações de emergência, e cinco estadas de longo prazo em hospitais, além das longas sessões de hemodiálise e das várias viagens a Seattle para tratamento.

Na verdade, a comandante foi uma de vários empregados que se voluntariaram para serem testados, a fim de verificar se possuíam compatibilidade de sangue para doar seu órgão à comissária.

E doar requer uma boa dose de altruísmo. Ao se voluntariar para doação, a comandante se submeteu aos riscos de uma cirurgia e pós-cirúrgicos. Adicionalmente, após o transplante, teve que limitar o consumo de sódio e proteína, eliminar o Ibuprofeno e evitar esportes muito radicais, que podem danificar seu outro rim.

Quando você tem muitas variáveis a considerar, a decisão fica mais difícil. Antes de decidir, ela fez uma pesquisa, conversou com dezenas de doadores de rim, sete deles pilotos, e todos puderam retornar ao trabalho após a recuperação da cirurgia.

Finalmente, ela decidiu que o risco valeria a pena, já que salvaria a vida de sua amiga. “Jenny é uma pessoa fabulosa, e eu queria vê-la andando por aí por um longo tempo”, disse a comandante.

Embora elas já fossem amigas, tendo voado e saído juntas muitas vezes, chamou grande atenção o fato de haver vários candidatos a fazer o mesmo sacrifício pela comissária, mesmo não se conhecendo pessoalmente. O diretor do hospital em Seattle, onde Stansel fez a cirurgia, ficou surpreso ao ver a grande quantidade de “voluntários vivos”.

Harshamp disse ainda que queria compartilhar sua história a fim de inspirar outras pessoas a considerar a doação de órgãos. “Se isso inspirar somente uma pessoa, eu ficarei muito feliz”, declarou.

Quase cinco meses após o transplante de rim, a comandante e a comissário de bordo da Alaska estavam de volta a trabalhar a 10.000 metros de altura, voando nas nuvens.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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