IATA anuncia campanha para interceder pela aviação brasileira.

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A IATA e diversos envolvidos com aviação comercial no Brasil estão lançando uma campanha informativa para garantir que governantes entendam a importância das empresas aéreas para a economia da país, que tem sido dizimada nos últimos tempos.

O Brasil enfrenta um cenário que tem sido descrito como uma “perfeita tempestade” de crise política e econômica que afeta a maior indústria de transporte aéreo da América Latina, indústria esta que tem visto a capacidade doméstica cair 12% e a internacional 4%.

O país também é visto como um dos mais difíceis ambientes de negócios para empresas aéreas, com regulamentações burocráticas, taxas excessivas e alguns dos mais caros preços de combustíveis no mundo. Isso leva a uma grande dificuldade para as companhias nacionais competirem com rivais estrangeiras que não operam com as mesmas limitações.

As empresas brasileiras conquistaram um significativo passo adiante no dia 13 de dezembro, quando a ANAC anunciou novas normativas que guiariam a permissão de cobrança de bagagem despachada – uma prática padrão na maior parte do mundo. Atualmente, as companhias são obrigadas a permitir uma unidade de bagagem despachada em voos domésticos e duas unidades em voos internacionais sem cobranças extras. Empresas estrangeiras são livres para fazer a cobrança, gerando fonte extra de recursos, mas também criando confusões quando passageiros brasileiros fazem conexão para companhias estrangeiras que cobram pela bagagem.

Espera-se que a nova regra de bagagens comece a valer em março de 2017. Mas alguns legisladores já se prontificaram a rejeitar a ideia.

Vice-presidente da IATA para as Américas, Peter Cerda comentou que o congresso não deve definir a questão até o início de sua nova sessão em fevereiro, dando tempo à IATA e aos envolvidos para informar e educar os legisladores sobre a importância da aviação para a economia nacional. Indiretamente a aviação sustenta mais de 1 milhão de empregos no Brasil e contribui com mais de R$100 bilhões no PIB nacional, aponta Cerda.

“Trata-se de dar mas flexibilidade sobre como a indústria aeronáutica encaminha seus negócios,” afirma Cerda. “Nossa campanha será sobre permitir que a indústria conduza seus negócios de tal forma que a aviação possa atingir seu máximo potencial e ser o motor da economia do país.”

Outra área regulatória na qual a IATA e as companhias brasileiras gostariam de ver mudanças é na altamente penalizada condição de atrasos de voos. Empresas aéreas são responsabilizadas e multadas por todo atraso, incluindo aqueles causados por fatores externos como espeço aéreo congestionado e condições climáticas.

Ainda não há movimentações nesse sentido no Brasil, mas a IATA sente-se encorajada pelo progresso conquistado junto ao DECEA, o órgão administrador do espaço aéreo, que pretendia aumentar taxas de sobrevoo em 37% no quarto trimestre de 2016 – sem que essa rentabilidade extra fosse destinada ao setor de transporte aéreo comercial. Porém, após audiência com a IATA e os demais envolvidos, o DECEA concordou em cortar o aumento das taxas para apenas 4%.

“Eles vieram à mesa, ouviram nossa posição e enxergaram a luz,” disse Cerda.

A esperança é de que oficiais e legisladores, de forma similar, mudem de ideia uma vez que entendam a importância econômica das companhias aéreas e como o Brasil está fora de sincronia com as práticas regulatórias e protocolos comuns na aviação no resto do planeta. Mas Cerda reconhece que qualquer conquista se dará através de “passos pequenos como de um bebê.”

Iniciando no próximo ano, a IATA ainda alocará um representante permanente em Brasília para ajudar a comunicar aos oficiais do governo as necessidades e os potenciais da aviação.

 
Adaptado do ATWOnline.
 

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