IATA aponta que aéreas podem parar de voar à Venezuela.

Aeroporto Caracas Venezuela COPA

A Associação Internacional de Transporte Aéreo – IATA apelou no último dia 28 de abril, junto ao Departamento de Transporte do EUA (US DOT), para que as empresas aéreas associadas não sejam punidas por leis americanas antitruste.




O apelo veio após diversas companhias, principalmente as companhias que são membros da associação, terem prejuízos subsequentes, além de dificuldades para repatriação de dinheiro oriundo de operações de venda na Venezuela. A associação pretende tomar ações para o retorno da habilidade de prover transporte aéreo rentável para o país, além de uma liberação efetiva do dinheiro das companhias aéreas, que se encontra bloqueado pelas autoridades venezuelanas, em valor estimado de $3.8 bilhões de dólares, equivalente a R$13.4 bilhões de reais.

O país sul-americano vem enfrentando há um bom tempo uma crise econômica, energética e de desabastecimento. Recentemente, colocou a sexta-Feira como final de semana, totalizando apenas 4 dias úteis na semana, além da jornada de funcionários públicos ser reduzida para 2 dias na semana ao invés dos tradicionais 5 dias.

A IATA solicitou ao US DOT que não haja punição por leis americanas de anti-truste e anti-cartel em companhias aéreas que operam no país. O cartel é uma prática de mercado na qual as empresas que já dominam a maioria do mercado combinam entre si preços fixos, prejudicando o usuário devido a uma falsa concorrência e, em consequência, aos preços altos. A prática é condenada na maioria dos países no mundo. A exceção seria para que companhias usassem de tal prática para ter rentabilidade mínima nas rotas para a Venezuela e também seria uma maneira de forçar o governo venezuelano a liberar os fundos retidos.

Ainda de acordo com a associação:

  • A administração passada e atual da Venezuela mantém “operações complexas de repatriação, com deslocamento de câmbio, que definitivamente tem prevenido companhias aéreas estrangeiras de repatriar e usar fundos oriundos de vendas de passagens aéreas ou de fretamento de carga, e isso tem afetado de maneira efetiva a receita destas companhias aéreas”.
  • As políticas e regulações do Governo Venezuelano resultaram em benefício nulos durante vários anos e as companhias não tem meios econômicos viáveis de continuar vendendo serviços aéreos para a Venezuela. Um total de 24 companhias aéreas internacionais proveram serviço aéreo para o país e sofreram consequências negativas por não serem efetivamente pagas.
  • Além de pôr um pesado “fardo econômico”, as práticas do governo venezuelano violam os termos do acordo de Transporte Aéreo firmado entre os EUA e a Venezuela, afirma a associação.

Segundo a IATA, se medidas não forem tomadas, diversas companhias aéreas podem parar de voar para o país, e esse número pode chegar à 30 companhias, de passageiros e de carga. O país ficaria em uma situação de isolamento similar à Coreia do Norte, que conta apenas com voos de companhias nacionais e da Air China, de propriedade do governo chinês que é parceiro de longa data do regime norte-coreano.

Situação já afetou operações de brasileiras.

A Gol Linhas Aéreas suspendeu em fevereiro último as operações para Caracas, capital venezuelana, pelo mesmo motivo apontado pela IATA: prejuízos subsequentes devido à impossibilidade de repatriação de fundos, que chegariam aos R$400 milhões de reais segundo a companhia.

A LATAM, na época TAM, suspendeu os voos em 2014 pelo mesmo motivo, e retornou os voos no último ano após negociação de pagamento de dívida de R$523 milhões de reais por parte do governo venezuelano.

Informações do CAPA.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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