Minha mala foi extraviada, e agora?

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A gente sempre acha que as coisas não vão acontecer com a gente, mas a realidade às vezes nos prega peças, então conheçam minha história, vejam como eu resolvi a situação e confiram as dicas que eu dou para que no fim dê tudo certo. Tudo começou com aquela empolgação de viagem, a ansiedade pelo que se vai ver, pelo que se vai fazer… Havia pegado um voo para Nova Iorque com conexões em Miami e Washington (sim, eu gosto muito de aviões e para mim os voos com conexão são a chance de eu conhecer aeroportos diferentes, acaba fazendo parte da diversão da minha viagem). Até Washington fomos muito bem, tudo a tempo e tranquilo. Desembarquei às 12h e esperaria a conexão para Nova Iorque às 14h30. Aqui minha sorte começa a mudar. Uma tempestade de verão atingiu Manhattan naquela tarde, atrasando todos os voos. Como resultado, meu voo original foi cancelado e me colocaram em outro, às 16h30. Embarcamos, nos preparamos e o avião chegou até a taxiar um pouco. Mas ali paramos; mais uma hora de solo até a autorização de decolagem chegar (como os aeroportos de Nova Iorque ficaram muito tempo fechados, havia um tráfego enorme se dirigindo para lá). No fim das contas, decolamos depois das 17h30 e pousamos no começo da noite nova-iorquina. Cansado, me dirigi às esteiras de bagagem e ali tive a grande surpresa do dia? Nada de mala! Reclamei na companhia. Me pediram para esperar o próximo voo vindo de Washington. Esperei um, dois, três, quatro, cinco voos e ‘nadica’ de nada! Nesse momento a ‘ficha caiu’ e eu soube que minha viagem mudara de planos. Já passava das 21h e a sala de reclamação de bagagem estava lotada. Alguma coisa errada aconteceu naquele dia para que tanta gente estivesse ali reclamando. Na foto que eu publico abaixo, ilustro somente uma das salas com as malas perdidas. Haviam outras, de outras companhias, mas todas cheias desse jeito.

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Balcão de reclamação de bagagens

Preenchi todos os formulários sobre bagagem extraviada que me foram pedidos pela empresa; tirei cópia de tudo. Anotei também todos os números de telefone disponíveis para que eu pudesse fazer o acompanhamento do protocolo aberto. Peguei também o kit de necessidades básicas que as companhias são obrigadas por lei a dar aos passageiros nessa situação. Quando vi que não seria possível resolver naquele dia, procurei um táxi do aeroporto e parti para o meu hotel. Naquele momento eu já me havia dado conta de que o dia seguinte seria de… compras. Então, acordei cedo, liguei na companhia aérea e me informaram que não haviam encontrado a dita mala. Sinal verde para eu sair às compras. A minha estada nos EUA seria de 12 dias, então eu teria que comprar absolutamente TODAS as minhas roupas para ficar esse tempo todo por lá.

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kit de amenidades dado pela US AIRWAYS

E se passaram três dias rodando por Nova Iorque para comprar tudo de novo. Nessa altura do campeonato eu não imaginaria o que aconteceria quando retornasse ao Brasil, mas estava disposto e reclamar um reembolso, afinal todos os planos iniciais que eu tinha feito de visitar a cidade haviam ido por água abaixo. Não posso negar minha frustração de ter perdido quatro dias sem poder conhecer NY. Comprei tudo (e como é bom comprar nos Estados Unidos, sentimento de preço justo) e me preparei para embarcar para Chicago. Voltei para o hotel, me organizei para a partida no dia seguinte e no fim da noite recebi a tão esperada ligação: A MALA HAVIA SIDO ENCONTRADA, mas no outro aeroporto de Nova Iorque, o JFK. Peguei novamente táxi para ir ao aeroporto e voltar ao hotel, sempre pedindo recibo ao motorista, e trouxe minha mala sã e salva. Depois, no resto da viagem, me encontrei com uns amigos e seguimos a Oshkosh, onde acontece o maior evento de aviação do mundo. O fato de eu ter duas malas foi motivo de gozação, mas só eu sei o que eu passei, não é verdade? Voltei ao Brasil, preenchi todos os formulários que a empresa me pediu (pela internet) e remeti todas as notas fiscais do que eu tinha comprado. Esperei alguns meses, de tempos em tempos eu ligava ou mandava e-mail para acompanhar o andamento do meu caso até que, quatro meses após minha reclamação, tive todo o valor reembolsado pela companhia aérea. No fim, deu tudo certo, graças a Deus. A equipe da US Airways foi muito atenciosa comigo e me ajudou no que foi necessário até resolver a situação.   Dicas muito úteis: – Mantenha a CALMA sempre, sua cabeça vai funcionar bem melhor; – Reporte o ocorrido no aeroporto, tão logo você perceba que a bagagem não veio (por incrível que pareça, há pessoas que saem do aeroporto para buscar ajuda e depois não podem mais entrar na área de desembarque, aí o problema triplica); – Preencha todos os formulários de perda de bagagem, anote os nomes das pessoas que lhe atenderam, peça um número de protocolo e um número de telefone para o qual possa ligar e fazer o acompanhamento. Se informe sobre o que deve ser feito no caso da bagagem não aparecer (na US Airways eu precisei preencher uma requisição pelo site na internet). Ah, e mantenha uma cópia de todas essas informações com você; – Converse na companhia aérea, pois eles são obrigados a lhe fornecer um kit de higiene pessoal (escova e pasta de dentes, pente, barbeador, etc), para esse tipo emergência; – Guarde seu cartão de embarque com as etiquetas de identificação de sua bagagem extraviada (aquele adesivo que as companhias colam no cartão quando você faz o despacho da bagagem o balcão de check-in); – Se as suas roupas estavam na mala perdida, você deve comprar itens novos. Ao comprar, seja honesto e compre roupas similares às que você perdeu para evitar aborrecimentos futuros.  Peça e guarde a nota fiscal de TUDO o que você comprou (atenção, as notas devem descrever item a item); – Se você precisou sair de táxi para ir comprar suas roupas ou para ir até o aeroporto para resolver as questões sobre a sua mala, guarde os comprovantes do táxi também. Peça um recibo e guarde; – Não leve itens essenciais ou muito caros na bagagem despachada (a menos que seja a única opção); – identifique muito bem sua mala, coloque seu nome, amarre alguma fita colorida, enfim, coisas que ajudem a distinguir sua mala das dos demais passageiros; – Na sua bagagem de mão leve sempre uma troca de roupa, nunca se sabe se você vai precisar! Na verdade, isso me ajudou muito, pois pude chegar no hotel, tomar um banho e trocar de roupa. Uma pausa bem rápida, se você achou esse artigo útil, curta nossa página no Facebook, você nos ajuda e incentiva a compartilhar informações úteis a nós, viajantes. Para pedir o reembolso: – Formalize  com a companhia aérea que você deseja ser reembolsado (faça uma ligação para o SAC e depois envie um e-mail para registrar); – Escaneie/digitalize TODOS os documentos do voo, seu passaporte, cartão de embarque, etiquetas adesivas de bagagem; – Escaneie/digitalize TODAS as notas fiscais contendo todos os itens que você comprou. As notas devem conter a descrição item a item; – Preencha o formulário de pedido de reembolso, conforme instruído por sua empresa aérea e anexe as notas. No caso da US Airways eu precisei enviar as notas por correio, junto com cópia dos meus documentos; – Mantenha cópia de tudo com você; – Tenha paciência por que o processo é demorado, no meu caso foram quatro meses de espera, mas ao fim me reembolsaram todas as roupas que comprei, mesmo tendo encontrado a minha mala depois.

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Relatório de perda de bagagem

Escrito por Carlos Roman, editor do site AEROIN.net Agradecimentos especiais à Freepik por ceder a imagem do banner.

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