Top Gun: 30 anos do maior filme sobre aviação já feito.

top gun

“Eu sinto necessidade, necessidade por velocidade!” é uma das frases mais emblemáticas do filme Top Gun – Ases Indomáveis, que estreava nas telinhas há exatamente 30 anos. No dia de ontem, 14 de Maio, comemora-se o Top Gun Day, que neste ano foi especial pelo aniversário de três décadas de lançamento e a confirmação do segundo filme com parte do elenco original.




A clássica história começa quando os pilotos Maverick (Tom Cruise) e seu colega Goose (Anthony Edwards) são selecionados pelo seu superior para irem à Navy Fighter Weapons School, com o nome informal de TOP GUN. Na época a escola era baseada na Estação Aeronaval de Miramar, ao norte da paradisíaca San Diego, no estado americano da Califórnia.

O filme se destacou pelas diversas cenas aéreas de tirar o fôlego, algo inédito para a época. Tais cenas só foram possível com o aluguel de equipamento e pessoal direto da Marinha do EUA – US Navy, algo que começou a se tornar comum para filmes depois do Top Gun. O que não foi muito barato. A hora de voo do lendário caça F-14 Tomcat custou $7.800 dólares na época, além do uso de 3 porta-aviões da US Navy, que custou ao diretor Tony Scott $25 mil dólares para que o capitão mudasse o rumo do navio para favorecer a luz durante as filmagens à bordo.

A maioria das cenas aéreas foi feita em um avião pilotado por Art Scholl. Mas durante uma sequência de filmagem o avião de Art falhou ao recupera de um parafuso chato, vindo a colidir no Oceano Pacífico. Nunca foi encontrado o avião ou o corpo do piloto, sendo assim o filme dedicado em sua memória.

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A Fightertown

Durante todo o filme é bem destacado a importância do programa Top Gun para a Marinha e tudo se passa na Base Aeronaval de Miramar (apesar das cenas aéreas em cenários desérticos na realidade terem sido feitas na proximidade de outra base, em Fallon, Nevada). Logo após o filme, em 1989 a base foi transferida para os Fuzileiros Navais – US Marines – e o programa foi transferido para a Base Aeronaval de Fallon. O nome de Fightertown – cidade dos caçadores – ainda continua, pois o “Top Gun” dos fuzileiros é realizado na base, mantendo a tradição de instrução de elite da caça.

Uma das cenas mais emblemáticas é a passagem baixa do F-14 pilotado por Maverick rente á torre de controle que é vista na foto acima. Durante os anos muito se questionou sobre a veracidade desta cena, já que tal manobra seria severamente punida pela corte militar da marinha se fosse feita na vida real. Porém a cena é real, sem nenhuma modificação. Após muita insistência dos produtores, a US Navy autorizou uma única passagem do F-14, sem chance para erro, sem chance para uma segunda tomada, e assim foi feita, sendo até hoje a passagem mais próxima a torre já feita em toda história das forças armadas do EUA.

O filme possui poucos erros técnicos, um dos motivos do sucesso de crítica. Em uma situação real não seria permitido uma relação amorosa entre Maverick e Charlie; não existe troféu Top Gun, assim como em qualquer curso militar no mundo, existe apenas os aprovados e não aprovados; o filme passa a impressão de que apenas a Marinha tinha o treinamento “Top Gun”, o que não é verdade, tanto a Força Aérea quanto os Fuzileiros Navais tem a sua própria Fighter Weapons School. Por último, e o mais clássico, o fictício MiG-28, que na verdade é um T-38 Talon (antecessor do nosso conhecido F-5 Tiger) de cor preta e com a estrela da União Soviética. Tal erro foi inevitável, já que o filme foi gravado durante a Guerra Fria, e apesar do governo americano possuir alguns aviões inimigos capturados, era algo sigiloso e não poderia ser mostrado ao público geral.

Outra curiosidade é o chamado “efeito Top Gun”. Após o  filme o alistamento na Marinha cresceu 500% em 1 ano. Pode parecer exagerado, mas Top Gun foi o filme de maior bilheteria de 1986, e em algumas sessões na saída do cinema a Marinha instalou tendas de recrutamento. (Detalhe: assim como no Brasil, nos EUA militares alistados não voam. Apenas graduados pelas escolas superiores das forças armadas ou oficiais que graduaram em universidades civis e se juntaram á reserva de determinada força armada). O efeito também chegou ao mercado, com crescimento de 40% nas vendas do Ray-Ban aviador e da clássica jaqueta de piloto.

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Top Gun 2?! 

Para a alegria de todos, o segundo filme está confirmado, e terá como diretor Jerry Bruckheimer, conhecido pelas séries CSI e tendo destaque pelo fato de ter ajudado o diretor Tony Scott na produção. Infelizmente Tony faleceu alguns anos atrás, impossibilitando a sua volta na sequência de Top Gun.

O grande adversário de Maverick, o Iceman interpretado por Van Kilmer, também confirmou presença no Top Gun 2, que terá como trama o valor do piloto real em relação aos “drones”, que no cenário de guerra atual estão presentes. Na história, Maverick enfrentaria o desafio de provar que pilotos reais ainda são necessários para o combate aéreo moderno. Rumores apontam que Tom Cruise seria um instrutor da Top Gun e piloto do F-35C Lightning II. As clássicas cenas aéreas irão continuar, segundo Bruckheimer e Cruise, que afirmaram não desejam caças de CGI – Imagens Geradas por Computador, e sim gravações reais, o que apesar de mais caro e trabalhoso, valoriza muito mais o filme e o público adora, especialmente os fãs de aviação.

A sequência não tem data confirmada, mas espera-se ser lançada em 2017. Para os fãs do filme, é possível visitar a maioria das locações do filme em San Diego, e a base de Fightertown é aberta ao público todo Setembro no maior show aéreo militar do mundo, o Miramar Air Show. Veja abaixo como estão hoje em dia os atores do primeiro filme:

 

 

 

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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