Criticada pelo 737 MAX, FAA muda forma de certificação de novas aeronaves

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A Federal Aviation Administration (FAA) dos Estados Unidos anunciou nessa semana que planeja adotar novos procedimentos para os processos de certificação de novos modelos de aeronaves, após os acidentes com o Boeing 737 MAX e as críticas relacionadas com a forma com que certificou o modelo.

A FAA, órgão americano equivalente à ANAC no Brasil, declarou na última terça-feira (19) que planeja alterar a forma como novos modelos de aeronaves serão certificados. No entanto, com relação à Boeing, a FAA informou que a atuação central da empresa nos processos de certificação será preservada, conforme divulgado pelo Aviation News.

A delegação da certificação da FAA à Boeing, no formato atual, tem recebido muitas críticas após as evidências de falha do processo de certificação da aeronave da Boeing. Muitos acreditam que tal formato apresenta um viés perigosos e conflito de interesses.

O comunicado à imprensa ocorreu em resposta às recomendações feitas em janeiro desse ano, pelo Comitê Consultivo estabelecido pela Secretária de Transportes dos EUA, Elaine Chao, que supervisiona a FAA.

No comunicado, a FAA declarou que as recomendações confirmaram que seus protocolos de segurança existentes são “sólidos”, embora existam áreas em que há oportunidades de melhora. No entanto, essas áreas não incluem o fim da polêmica prática da FAA em conceder a empresas, como a Boeing, autoridade para revisar seus próprios projetos e se auto-certificar.

Os estágios iniciais do design do MCAS (Sistema de Aumento de Características de Manobra) no 737 MAX foram revisados ​​pela FAA, mas o sistema foi posteriormente expandido e esse trabalho foi aprovado apenas por pessoal da Boeing.

O Comitê avaliou o processo de delegação adequado, porque a FAA não pode atender às necessidades do setor aeronáutico com sua equipe relativamente pequena. No entanto, afirmou que o processo deve estar livre de pressão indevida por parte dos fabricantes.

Por exemplo, engenheiros da Boeing que trabalhavam para certificar o MAX em nome da FAA enfrentavam “pressão indevida” de seus gerentes para limitar análises e testes de segurança, de modo que a empresa pudesse cumprir seu cronograma e reduzir custos.

A FAA comentou que planeja exigir avaliações de risco mais padronizadas no processo de delegação, “abordar sistematicamente qualquer pressão indevida real” e melhorar as linhas de comunicação entre seus funcionários e os engenheiros da empresa que avaliam projetos.

Ou seja, mudou, mas não mudou.

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