A 34 mil pés, Airbus A330 tem os para-brisas estilhaçados e volta para pouso ‘overweight’

A aeronave retornando no momento do incidente – Imagem: RadarBox

Um incidente de estilhaçamento de para-brisas em voo foi registrado com um Airbus A330 quando já estava a 34 mil pés de altitude (mais de 10 quilômetros), levando à necessidade do retorno para o pouso no aeroporto em que havia partido.

Segundo informações do The Aviation Herald, a aeronave envolvida foi o Airbus A330-300 registrado sob a matrícula 4R-ALM, operado pela companhia aérea SriLankan Airlines, quando realizando o voo UL-1265 no dia 18 de setembro.

Avião Airbus A330-300 SriLankan Airlines
Airbus A330-300 da SriLankan – Imagem: Masakatsu Ukon / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

O voo comercial partiu de Colombo, no Sri Lanka, com destino a Riade, na Arábia Saudita, e haviam-se passado pouco mais de 20 minutos desde a decolagem quando, no momento em que já cruzava o nível de voo de 34 mil pés em subida, os para-brisas de ambos os pilotos se estilhaçaram.

É importante ter em mente que os para-brisas das aeronaves não são feitos apenas de vidro, mas sim de várias camadas de diferentes materiais, de maneira que permanecem fixos em sua posição mesmo diante da pressão interna da aeronave quando a camada de vidro é totalmente estilhaçada. Há uma degradação da visão externa dos pilotos, mas não há perda de pressurização, a menos que ocorram danos tão significativos a ponto de todas as camadas se partirem.

A tripulação então iniciou a curva e a descida para retornar a Colombo, conforme mostra o histórico do voo registrado pela plataforma RadarBox, apresentado na imagem a seguir:

O momento do início do retorno – Imagem: RadarBox

Os pilotos efetuaram um pouso seguro na pista 22 do aeroporto de origem cerca de uma hora após a partida, e um Airbus A330-300 substituto foi escalado para cumprir o voo.

Após o início da investigação, a Autoridade de Aviação Civil (CAA) do Sri Lanka relatou que a suspeita inicial é de que os pára-brisas se estilhaçaram devido a uma tempestade de granizo enfrentada durante a subida na região do nível de voo de 34 mil pés.

Ainda segundo a CAA, a aeronave retornou a Colombo para um pouso “overweight”, ou seja, devido à condição do incidente, os pilotos optaram por pousar acima do peso máximo permitido para o A330-300, ao invés de executar órbitas em voo para consumir parte do combustível e reduzir o peso.

Quando um pouso é efetuado desta manteira, a fabricante da aeronave indica uma série de inspeções a serem feitas para avaliar se não houve danos estruturais devido ao peso excessivo.

A ocorrência foi classificada pela CAA como um incidente grave e a investigação segue em andamento.

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Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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