À beira do colapso, as três empresas aéreas de Israel querem fundir as operações

Assim como em outros lugares do mundo, as companhias aéreas israelenses estão percebendo que não serão capazes de voltar às operações do período pré-Coronavírus. Os chefes das três companhias aéreas de Israel – El Al, Arkia e Israir – estão pressionando por uma fusão para evitar que a indústria caia.

Hoje com operações muito reduzidas ou totalmente paradas, a aviação de Israel deve voltar da crise muito diferente de como entrou. Mesmo antes da Covid-19 chegar ao nível atual, a El Al, maior companhia aérea do país, já havia reportado a investidores que teria um impacto de US$ 160 milhões em sua receita e apresentou um pedido ao Tesouro para ajudar a montar um plano de reestruturação.

Em seu plano de reorganização, a companhia aérea espera uma resposta do governo sobre um possível empréstimo de US$ 400 milhões e mais US$ 200 milhões em garantias. Segundo a empresa, ela é estratégica, pois emprega apenas pilotos israelenses e os aviões estão a serviço do país sempre que precisa deles, em qualquer estado de emergência.

Nas últimas semanas, a El Al enviou seus aviões para lugares distantes, como Brasil, Colômbia, Peru, Costa Rica e Austrália, como parte da missão do governo de pegar viajantes israelenses encalhados por fronteiras fechadas. Antes da suspensão das operações, a El Al operava 45 aviões para cerca de 60 destinos em todo o mundo.

A empresa disse ao Israel Hayom que “se o Tesouro não responder [ao pedido] será um grande desastre. Em todo o mundo, [os governos] estão dando bilhões para suas companhias aéreas. Nós apresentamos um plano de reorganização há duas semanas, e está sem resposta. Mesmo que a resposta seja boa, mas tardia, pode não ser mais relevante.” Segundo especialistas ouvidos pelo jornal, a companhia aérea está há cerca de seis semanas do colapso total.

Pedido de fusão

A El Al, assim como as companhias aéreas locais menores Arkia e Israir, apoiam uma fusão, e se a Autoridade Antitruste aprovar, as três companhias aéreas do país podem combinar forças para sobreviver.

Tanto a Israir quanto Arkia estão em reestruturação. O CEO da Israir, Uri Sirkis, e o presidente da Arkia, Avi Homero, estão certos de que o governo deve fornecer empréstimos de longo prazo, imediatamente, bem como aprovar a fusão.

A Israir pediu ao governo um empréstimo de 100 milhões de shekels (US$ 28 milhões). “No momento, a Israir tem fluxo de caixa suficiente para durar até maio, sem tomar medidas agressivas”, disse Sirkis. “Acreditamos que o Ministério da Fazenda tomará suas decisões na próxima semana, e só poderemos sobreviver se conseguirmos o empréstimo.”

Homero comentou que a Arkia precisava de um empréstimo de US$ 25 milhões para permanecer em operação. “As três companhias aéreas devem se fundir, e se for não isso, Israir e Arkia devem se fundir imediatamente”, disse Homero.

O presidente da Associação de Pilotos de Companhias Aéreas de Israel, Meidan Bar, disse ao Israel Hayom: “A ajuda às companhias aéreas é dupla: primeiro, para garantir que uma companhia aérea não feche e, dois, cada país vai querer que suas companhias aéreas se recuperem, porque é isso que vai ajudar a economia a se recuperar. A falta de ajuda hoje significa o colapso da indústria da aviação israelense em um futuro próximo.”

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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