A novela da ITA Airways, sucessora da falida Alitalia como empresa nacional italiana, continua a gerar burburinhos. No mês passado, a companhia aérea italiana anunciou a sua entrada na Skyteam e, em paralelo, fechou outros acordos de codeshare, como a TAP Air Portugal e a Air Malta. No entanto, isso tudo ainda não satisfaz a ITA.
A mais recente notícia, conforme relatado pelo Airliners.de e veículos da imprensa alemã, é que o membro do conselho do ITA, Alfredo Altavilla, disse à mídia alemã Handelsblatt que deseja que sua empresa faça parte do Grupo Lufthansa e espera uma aquisição pelos alemães.
“Seria um erro permanecer independente porque sempre seríamos muito pequenos em comparação com outros grandes grupos de companhias aéreas que operam na Europa. Somos uma linda mulher solteira com muitos pretendentes”, afirmou Altavilla. “Esperamos que a Lufthansa seja um daqueles fãs atraentes e ricos que podem estar interessados na ITA Airways”, continuou ele.
Altavilla destacou sua admiração pelo modelo de negócios da Lufthansa com suas companhias aéreas austríaca, belga e suíça, pois a gigante alemã conseguiu integrar outras empresas menores, semelhantes à ITA, com resultados positivos. Altavilla também expressou o grande respeito que sente pelo CEO do grupo alemão, Carsten Spohr.
Lufthansa, a namorada que todo mundo quer?
A Lufthansa, membro-fundador da Star Alliance, é uma das companhias aéreas mais lucrativas do mundo. Companhias aéreas como a Austrian, Brussels e Swiss conseguiram abandonar anos de vermelho após ingressar no grupo alemão.
Outra grande atração são seus parceiros: atualmente possui uma Joint Venture no mercado transatlântico com a Air Canada e United, e outra no mercado japonês com a All Nippon Airways. Isso serviria para aprimorar a rede intercontinental da ITA com essas fortes companhias aéreas.
A América do Norte é o principal mercado de longa distância da Itália. Os hubs da United de Newark, Chicago, Washington, Houston, San Francisco, Los Angeles e Denver têm forte demanda dos Estados Unidos para a Itália. A United anunciou recentemente que, no verão de 2022, realizará a maior expansão de capacidade para a Itália, com oito voos diários para quatro destinos, incluindo Milão, Roma, Veneza e Nápoles.
A Air Canada possui uma extensa rede de voos de Toronto a Roma e Veneza, e de Montreal a Roma, Veneza e Milão, além da forte demanda na temporada de verão, quando a empresa usou aeronaves Boeing 777-300ER de 450 assentos em suas rotas.
Por outro lado, a All Nippon Airways era parceira da Alitalia anteriormente, mas a possível entrada da ITA Airways no Grupo Lufthansa poderia incluir a empresa na JV e aumentar fortemente a sua presença no mercado japonês. A ITA tem slots em Tóquio, principal hub da All Nippon Airways, onde opera uma forte rede de destinos através dos hubs do grupo alemão como Bruxelas, Viena, Munique, Frankfurt e Dusseldorf. Além disso, pretende iniciar as operações em Milan.
A ITA tem muito a ganhar se conseguir ingressar no Grupo Lufthansa – Por anos muitos viajantes italianos evitaram voar com a Alitalia, preferindo fazer seus voos de longo curso pelos hubs da empresa alemã.
Há muitos anos, a Lufthansa anunciou que estava pronta para iniciar negociações de cooperação comercial com a Alitalia e muitas especulações ocorreram em torno do assunto ao longo dos anos. Elas voltam à tona agora, com a jovem ITA entrando no mercado. Enquanto isso, Spohr descreveu que o primeiro passo de um novo relacionamento aconteceu e confirmou as conversas com Altavilla.
Se vai terminar em namoro, casamento ou em nada, o tempo dirá.
Informações do Aviacionline
