A maior operadora de aviões Boeing 747 do mundo está perdendo seus pilotos

A forte retomada da economia americana está gerando uma saída em massa dos pilotos da maior operadora do Jumbos Boeing 747 do mundo.

A Atlas Air conta hoje com 42 jatos Boeing 747 das versões -400, -400F e -8F, tornando-a a maior operadora de Jumbos do globo. Curiosamente, apesar do crescimento sólido da empresa durante a pandemia do Coronavírus, ela tem visto uma verdadeira “debandada” de pilotos nos dias recentes.

Enquanto as companhias aéreas que transportam apenas passageiros reclamam da falta de pilotos e de como isso está gerando cancelamentos, a Atlas está sofrendo do mesmo problema, mas por uma causa totalmente diferente: os pilotos estão se demitindo, ao contrário das outras empresas que têm dificuldade de contratar.

Os reportes iniciais dão conta que 60 pilotos pediram demissão nos últimos 30 dias, sendo 200 no ano, um turnover bem alto. Segundo a associação de pilotos da Atlas, 72 dos que pediram demissão ainda estavam no seu primeiro ano de empresa, ou seja, recém-contratados.

O motivo da saída estaria no salário abaixo do mercado e que não aumentou de maneira relevante, mesmo com a empresa lucrando muito durante a pandemia e com mais trabalho para os pilotos.

Segundo o portal Airline Pilot Central, em seu segundo ano na empresa, um copiloto ganha em torno de $92 a $101 dólares por hora, variando entre os jatos Boeing 767, 777 e 747, sendo que, quanto maior o avião, maior o salário.

Na FedEx, o valor é de $190 dólares por hora, na UPS é de $192 e na Kalitta Air é de $134, sendo que estas empresas voam praticamente os mesmo tipos de aeronave. A discrepância piora com o tempo, sendo que, na concorrência, os copilotos com cinco anos de empresa estão ganhando na faixa de mais de $200 dólares, enquanto na Atlas é de não mais de $128.

Já o portal AeroCrewNews aponta que a empresa está tirando o tempo mínimo de equipamento dos pilotos que voam o Boeing 737 para a Amazon, para que eles possam ser promovidos para os aviões maiores. Porém, as medidas ainda demorarão um tempo para serem aplicadas e a empresa tem deixado alguns aviões em solo por falta de funcionários.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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