Airbus A350-900 FlightLab tem um sutil retoque na pintura, mas continua voando a pleno

Em 2019, a Airbus iniciou os testes em voo das tecnologias de cabine conectadas IoT (ou “Internet das Coisas”) a bordo de uma aeronave A350-900 Flight Lab, se tornando o primeiro fabricante de aeronaves a realizar testes de voo desse tipo de inovações, que são chamadas de Airspace Connected Experience.

O objetivo do programa é criar novas formas das empresas aéreas ganharem dinheiro com receitas auxiliares (ou “ancillary revenues”), que são um fator-chave do sucesso financeiro do setor aéreo atualmente. O Flight Lab foi construído sobre a plataforma do segundo A350-900 já fabricado (MSN002), está equipado com uma Airspace e cheia de coisas novas que vamos ver no futuro das viagens aéreas.

Alguns exemplos de tecnologias em teste são os protótipos do iSeat (assentos conectados da Recaro), do Connected Galley (Gategroup), um sistema remoto de controle de gerenciamento de cabine sem fio, um grande display OLED e, o mais importante, a primeira etapa do novo “backbone IoT” da Airbus, que inclui uma plataforma de software aberta . Todas essas inovações estão sendo testadas em voo – juntamente com outras a serem reveladas.

Imagem do FR24 mostra o roteiro do A350 na tarde de ontem

Cada vez que ele decola é uma surpresa

Desde que foi criado, o FlightLab sempre se manteve em operação, principalmente em voos locais na região de Toulouse, onde fica a fábrica da Airbus. Sua frequência de voos, no entanto, não é tão grande, geralmente uma vez por mês ele “sai da toca”. A pergunta da indústria sempre que ele decola é “o que será que ele está testando?”.

O fato é que ontem, 23 de junho, não foi diferente e o A350-900 XWB realizou um voo de quase 3 horas na região francesa, segundo dados do FlightRadar24.

Se os mistérios a bordo ainda não podem ser revelados, por fora a aeronave agora traz uma sutil mudança, tendo recebido um adesivo de FlightLab na causa, mais especificamente no estabilizador. Apesar de pequena, o nome mais destacado dá a evidência necessária que o laboratório voador pedia. E como nada passa desapercebido aos spotters, mais uma vez essa novidade em primeira mão foi registrada pelo fotógrafo @Cliper31 e compartilhada no Twitter.

O que mais você precisa saber do FlightLab?

Esse ecossistema de cabines conectadas permitirá serviços de agregação de valor significativos para passageiros, companhias aéreas e tripulações. Exemplos possíveis incluem:

Os passageiros receberão uma experiência de viagem mais personalizada, específica para as necessidades e preferências individuais. Em particular, isso inclui pedidos pré e remotos de refeições preferidas, reserva de espaço privado, bem como uma oferta IFE a bordo personalizada.

As companhias aéreas poderão gerar receitas adicionais adicionais por meio de varejo e propaganda personalizados, além de novos serviços, todos habilitados pela abordagem da IoT. Além disso, as companhias aéreas poderão melhorar sua eficiência operacional aplicando manutenção preventiva, evitando desperdícios e tornando os serviços da tripulação mais eficientes. Outras oportunidades podem ser facilmente criadas e aplicadas através de aplicativos.

As equipes encontrarão um melhor ambiente de trabalho e ferramentas mais eficientes, ativadas digitalmente por dados em tempo real da plataforma IoT em toda a cabine. Um dispositivo móvel inteligente permitirá que as equipes monitorem e operem todos os componentes.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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