A380 deve ser removido de uma de suas mais importantes rotas

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A Singapore Airlines não tem certeza de que pretende continuar operando a rota Cingapura – Hong Kong com o gigante A380, quando os voos forem retomados após a crise da COVID-19. Os governos das duas cidades acreditam que a demanda futura não justificará a manutenção do maior avião do mundo no trecho e a companhia pretende utilizar aeronaves menores e mais econômicas.

Bolha

Os A380 da Singapore são alguns dos aviões mais marcantes no aeroporto da metrópole chinesa de Hong Kong, que tem na cidade-estado do sul da Ásia (Cingapura) um dos principais polos de turismo e negócio. Com a crise causada pela pandemia e a exigência de quarentena obrigatória para viajantes que chegam às duas regiões, os voos praticamente pararam, mas uma retomada é esperada para os próximos meses, com a abertura de uma “Bolha de Viagens” entre as duas cidades.

“Bolha de Viagens” é o termo que vem sendo usado pelo mercado para designar a abertura restrita, seletiva e provisória de fronteiras para alguns países específicos mediante acordos internacionais. Isso permite controles sanitários e alfandegários mais eficientes com a demanda controlada. A prática foi adotada com sucesso entre alguns países da Europa e também entre Austrália e Nova Zelândia.

Aviões menores

No entanto, o vice-presidente executivo comercial da Singapore, Lee Lik Hsin, disse em entrevistas recentes que os governos e a própria companhia estão conservadores em relação a real dimensão dessa bolha e à demanda de passageiros no primeiro semestre de 2021, já que a pandemia não acabou. Além disso, espera-se que o fluxo de passageiros de negócios demore muitos anos para retomar o patamar pré-pandemia.

“Posso garantir que não será o caso de colocarmos a nossa maior aeronave para operar durante essa bolha. Será um período experimental e, por isso, podemos todos esperar um certo conservadorismo”, declarou Hsin.

Substituto

De acordo com o portal britânico Simple Flying, a Singapore Airlines provavelmente usará um A350-900, de 303 assentos, ou mesmo o 777-300ER de 264 assentos. Por sua vez, a “Bolha de Viagens” ainda não está confirmada nem a data de início, já que sua abertura foi adiada por tempo indeterminado no fim de novembro, devido ao aumento de casos do Covid na Ásia.

A companhia aérea já aposentou sete A380 ao longo de 2020. Desde 2018, 12 superjumbos já foram retirados pela operadora, que agora possui outros 12 na sua frota. Com a desativação do modelo em uma de suas principais rotas, o futuro do gigante segue incerto, mas a companha mantém, até o momento, a posição de que não pretende extinguir os voos com o mega-avião.

Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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