Ação judicial de comissários de voo devido a ar tóxico no Boeing 767 tem atualização

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A Boeing venceu, na semana passada, uma disputa para manter em um Tribunal Federal uma ação judicial sobre o alegado “ar tóxico da cabine”, movida por dois comissários de bordo da United Airlines. Segundo a Bloomberg Law, a empresa acredita que o sistema legal federal pode favorecê-la.

Linda Curry e Allen Cheung estavam trabalhando a bordo do voo UA-71 da United Airlines, que ia de Amsterdã para Nova Jérsei, em janeiro de 2018, quando o Boeing 767-300 foi forçado a voltar para a Holanda para que os comissários de bordo e passageiros pudessem receber atenção médica após uma suposta intoxicação.

Uma investigação do incidente revelou uma pequena poça de óleo vazando no motor direito. Os comissários de bordo acreditam que esse óleo contaminou o ar que respiraram na cabine porque o ar novo é bombeado de fora através do motor. Os advogados que atuam em nome de Curry e Cheung dizem que a dupla continua a sofrer os efeitos colaterais da respiração do “ar tóxico” da cabine, incluindo náusea e fadiga, diminuição das habilidades motoras, dores musculares e vertigem.

Curry e Cheung alegam que a Boeing sabe há anos que o “ar sangrado” pode ser contaminado com neurotoxinas do óleo aquecido do motor a jato e do fluido hidráulico, que podem causar efeitos nocivos à saúde de qualquer pessoa que respire a fumaça. O processo afirma que os engenheiros sêniores da Boeing deram o alarme já em 2007.

“A Boeing ainda se recusou a tomar qualquer medida corretiva”, afirma o processo. “A Boeing falhou em retificar seu projeto defeituoso. Falhou em projetar, instalar, implementar ou fornecer sensores ou alarmes para notificar a tripulação de voo sobre contaminações do ar, de forma que ações possam ser tomadas para reduzir ou minimizar a exposição”, continua.

Embora alguns comissários de bordo pareçam ter se recuperado rapidamente, o processo afirma que a Boeing sabe desde a década de 1950 que algumas pessoas são mais suscetíveis à contaminação do ar da cabine do que outras.

Originalmente movido no estado de Illinois, a Boeing conseguiu que o processo fosse levado ao tribunal federal contra a vontade dos demandantes.

“Não é segredo que as empresas preferem o tribunal federal, não o tribunal estadual”, explica Colin E. Wrabley do Legal Intelligencer. “Os tribunais federais são considerados mais previsíveis, mais transparentes e menos sujeitos a vieses locais do que os tribunais estaduais”, diz Wrabley.

Curry e Cheung agiram para que o caso fosse levado a um tribunal estadual local, mas perderam a apelação na segunda-feira. Embora essa derrota, advogados acreditam que os comissários têm grandes chances de vencer o processo.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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