Com a subida das tensões por conta do ataque do Irã às bases americanas no Iraque, como retaliação à ação dos Estados Unidos, e as incertezas sobre a queda do Boeing 737 com 176 a bordo na decolagem de Teerã, diversas companhias já começaram a anunciar cancelamentos e desvios de voos no Irã e no Iraque.
As ações estão sendo tomadas na sequência do anúncio da FAA, a agência de aviação dos EUA, que proibiu as companhias norte-americanas de sobrevoarem os espaços aéreos dos dois países.
A FAA afirma que “A Administração de Aviação Federal emitiu Notícias aos Aeronavegantes (NOTAMs) nessa noite definindo restrições de voos que proíbem operadores de aviação civil dos EUA de operarem no espaço aéreo sobre Iraque e Irã, e sobre as águas do Golfo Persa e do Golfo de Oman. A FAA continuará monitorando de perto os eventos no Oriente Médio. Continuaremos coordenando com nossos parceiros de segurança nacional e compartilhando informações com as companhias aéreas dos EUA e autoridades estrangeiras de aviação civil.”
#FAA Statement: #NOTAMs issued outlining flight restrictions that prohibit U.S. civil aviation operators from operating in the airspace over Iraq, Iran, and the waters of the Persian Gulf and the Gulf of Oman. pic.twitter.com/kJEbpPddp3
— The FAA (@FAANews) January 8, 2020
Qantas
A australiana Qantas foi uma delas. Um porta-voz da empresa aérea disse que cerca de 90 assentos serão deixados vagos no voo QF9 de Perth para Londres, que passava sobre a região com o Boeing 787.
A medida visa reduzir o peso total e compensar o desvio, que agora contornará o Irã e o Iraque e seguirá pelo Afeganistão, adicionando cerca de 40 a 50 minutos para a jornada.
No entanto, um porta-voz da Qantas disse ao Executive Traveller que a companhia aérea está pensando em uma escala. “Isso significaria uma parada de reabastecimento em uma cidade como Cingapura ou Hong Kong, que nos permitiria transportar uma carga completa de passageiros nesses voos com muita reserva e minimizar a interrupção dessa maneira.”
O voo de retorno, QF10 de Londres a Perth, transportará o número completo de passageiros e continuará a voar sem escalas, já que essa perna aproveita os ventos altos favoráveis.
KLM
A holandesa KLM divulgou um comunicado oficial em seu site, tranquilizando seus clientes de que não fará uso dos espaços aéreos dos dois países.
O comunicado diz: “Até novo aviso, a KLM não fará uso do espaço aéreo iraniano ou iraquiano. Voos para vários destinos do Sudeste Asiático e no Oriente Médio serão operados usando rotas alternativas. A KLM continuará monitorando a região e permanecerá em contato com as autoridades.”
British Airways
Durante a última noite, à medida que as tensões aumentavam, um Boeing 777 da British Airways, que havia decolado de Londres para Dubai, optou por dar meia volta e não seguir viagem até a região crítica.
Pouco depois das 22:30 de ontem (horário de Brasília), o 777-200 de matrícula G-VIIE abortou a continuidade do voo instantes antes de deixar o espaço aéreo da Turquia, alternando seu pouso para o aeroporto de Istanbul.
