A Aerolineas Argentinas deve receber (de novo) uma vultosa quantia de cerca de US$ 900 milhões em subsídios estatais para sobreviver. Esse é apenas mais um aporte do governo na empresa, que não espera atingir o ponto de equilíbrio econômico nos próximos sete anos.
As deficiências orçamentárias da companhia aérea estatal foram de cerca de US$ 680 milhões no ano passado e persistirão até que a demanda se recupere, o que não é esperado até 2022, disse o presidente Luis Pablo Ceriani à Bloomberg, acrescentando que uma rentabilidade positiva provavelmente não virá por mais cinco anos depois disso.
“Estamos planejando conter as perdas estruturais de forma sustentada a partir de 2022. Esse é o horizonte razoável nesta situação”, disse ele.
Ceriani disse esperar que a eventual recuperação da transportadora seja auxiliada pelo uso de suas aeronaves widebody em voos de carga, principalmente de e para a China e os EUA. A aquisição de aeronaves puramente cargueiras não está descartada, uma vez que a Aerolíneas anunciou, no mês passado, a criação de uma subsidiária voltada para a carga aérea.
Além disso, outra medida já divulgada é a fusão com sua subsidiária regional Austral, como parte de um plano para trazer US$ 100 milhões em economias ao longo de três anos.
A Argentina, como país, entrou oficialmente em inadimplência em 22 de maio pela nona vez, depois de não conseguir fazer um pagamento de juros de US$ 500 milhões sobre a dívida externa. Para combater a pandemia, o país suspendeu voos comerciais até 1º de setembro.
Enquanto isso, sua aérea de bandeira depende de subsídios desde que foi nacionalizada em 2008.
A Aerolíneas está comprometida, disse Ceriani, em não demitir nenhum de seus 12.000 funcionários. Mas uma fonte disse que a transportadora iniciaria negociações com sindicatos para suspender os contratos de 7.500 de seus funcionários por dois meses até agosto.
A companhia aérea também diz estar em “negociações avançadas” para reestruturar os pagamentos ao Banco Nacional de Desarrollo Económico y Social, bem como ao Banco de la Nación Argentina.