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Aeroporto de Lontras torna-se o 1º no Brasil com todo o balizamento noturno embutido

Aeroporto de Lontras – Imagem: Google Maps, via FlightRadar24

A INFRACEA anunciou ontem, 19 de julho, que a obra por ela realizada no Aeródromo Helmuth Baumgarten, no município de Lontras, em Santa Catarina, chegou a sua etapa final.

Entre o mês de março e o fim do mês de maio diversos serviços foram realizados e, com a construção de uma subestação, a instalação de um gerador e a implementação de um farol rotativo, a obra aguarda apenas a fase documental, relativa à homologação do aeroporto, para ser totalmente entregue.

Originalmente intencionada pela Prefeitura de Rio do Sul, o aeródromo já possuía inscrição junto a ANAC (Agência Nacional da Aviação Civil), mas operava apenas no período diurno. Abriu-se uma licitação, portanto, para que também fosse possível operar durante a noite; a partir daí estipulou-se que certas mudanças teriam que ser executadas de forma que o aeroporto pudesse performar em um período de 24 horas de maneira segura.

A INFRACEA venceu a licitação e elaborou os projetos do zero. Por causa das características das aeronaves que utilizavam o aeródromo, que envolviam o pouso e decolagem de planadores, definiu-se que o uso de balizamentos embutidos era a melhor solução para essa obra, o que acabou por ser ratificado pela ANAC nas reuniões que se seguiram ao longo do processo de elaboração.

Reuniões regulares foram feitas para que a Prefeitura de Rio do Sul/SC pudesse acompanhar e fiscalizar o processo, de forma a garantir que tudo fosse entregue como o estipulado. Era importante que tudo fosse feito segundo a necessidade verificada, para que não houvesse restrições de voo pelos tipos de aeronave.

Foi definido então que a obra seria composta pela instalação de balizamentos noturnos embutidos, dois PAPI (Indicador de Percurso de Aproximação de Precisão), uma biruta iluminada e com painel solar, um farol rotativo, painéis verticais iluminados, iluminação do pátio, uma rede de dutos e sistemas de alimentação elétrica primário e secundário (gerador e baterias).

Imagem: INFRACEA

O mais interessante da obra, porém, é que todo o sistema de balizamento pode ser acionado de maneira remota pelo piloto da aeronave com seu rádio VHF à bordo, sem a necessidade de um operador no solo.

Estabelece-se uma frequência para o acionamento e o piloto, quando se aproxima da pista para fazer o pouso, usa a frequência para acender os balizamentos, que ficam ligados por um período de 15 minutos. O balizamento automático não invalida a opção manual; se for necessário, ainda é possível solicitar que um funcionário no local faça a ativação do modo padrão.

No geral, esta é uma obra que deve trazer uma série de melhorias para o aeroporto e para a região como um todo. Em um contexto de pandemia, poder operar em H24 (durante 24 horas), todos os dias da semana, é um benefício inestimável para a entrega de vacinas e movimentação de possíveis pacientes.

Mas fora desse cenário, essas melhorias também beneficiam a economia, uma vez que a região detém grandes empresários que passam a poder utilizar o modal aéreo com maior flexibilidade, além também das aeronaves com pacientes (UTI Aérea), de segurança pública, bombeiros, transporte de valores e de toda a aviação geral, além, é claro, da aviação comercial.

É preciso lembrar que os aeroportos são polos de emprego, e a extensão do horário de operação pode facilmente se converter em mais cargos necessários no aeródromo, além dos serviços e comércios subjacentes. Um terminal aeroportuário é fator importante para a economia e toda a região.

“Acredito que essa foi uma obra pioneira no Brasil, é a primeira com todos os balizamentos embutidos”, disse Luciano Vicente, Diretor Técnico da INFRACEA, ao falar sobre os desafios da obra, a qual envolveu diferentes etapas como: levantamento topográfico, adaptação do projeto à realidade do aeroporto e a operação de suas aeronaves, distância e potência dos balizamentos, diâmetro do condutor e dos eletrodutos, as caixas de passagem ou abrigos metálicos, potência do gerador e subestação, sistema de proteção elétrico e do balizamento implantado.

No fim, averiguou-se o bom funcionamento de todos os elementos, e agora espera-se apenas a etapa final de homologação para que o aeroporto possa operar definitivamente não só no período diurno, mas noturno também.

O futuro das obras em Rio do Sul é animador, além do que já foi feito, o aeroporto pode vir a receber um terminal de passageiros, deixando-o ainda mais completo.

Informações da INFRACEA