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O Boeing 737 MAX, quarta geração da família de jatos comerciais mais bem sucedida da história, que segue no chão por conta dos problemas técnicos que levaram a dois acidentes fatais, conta com muitos cancelamentos de pedidos e sofre com concorrência. O último revés veio da Air Canada.
A Air Canada, que cancelou em março, os pedidos de 11 exemplares do MAX, reduzindo sua encomenda de 37 para 26 unidades, agora demonstra interesse na aquisição do concorrente Airbus A321neo.
O anúncio foi feito pelo CFO da Air Canada, Michael Rousseau, durante a vídeo conferência da Wolfe Research Global Transportation & Industrials, realizada entre os dias 19 e 21 de maio. A conferência virtual reuniu executivos seniores de mais de 70 empresas públicas e privadas de transporte e indústrias globais em painéis e discussões exclusivas voltadas para o setor.
Cancelamentos do MAX acumulam
A encomenda total do MAX da Air Canada, de acordo com seu CFO era de 61 unidades, sendo reduzida para 50 exemplares. A empresa recebeu 24 unidades do modelo, antes de sua proibição operacional, em vista aos problemas técnicos apresentados.
Ainda segundo Rousseau, o cancelamento foi uma decisão de frota e não tem nenhuma relação com a crise provocada pelo novo coronavírus no setor aéreo. O executivo declarou: ”ainda gostamos da aeronave, achamos que ela é muito, muito boa para a Air Canada e para os mercados da América do Norte, que acreditamos voltarão primeiro (após a pandemia)”.
A fabricante americana registrou 150 cancelamentos de seus jatos 737 MAX apenas no mês de março. Só a companhia aérea brasileira Gol cancelou pedidos para 34 aviões, enquanto a empresa de leasing Avolon cancelou outros 75.
Em abril a GE Capital Aviation Services (GECAS) anunciou o cancelamento das encomendas de 69 aeronaves que, somados a outros 29 cancelamentos pelo China Development Bank Financial Leasing, e outros 10 cancelados por clientes não identificados, somaram naquele mês o total de 108 aeronaves canceladas.
O total de cancelamentos já chega a quase 10% das mais de 4.000 unidades do modelo encomendadas.
Opção pelos A321 da Airbus
Michael Rousseau disse que a Air Canada está avaliando outras aquisições de frota daqui para frente, especificamente o A321-200neo (LR). “Gostamos do A321. Gostamos mais do A321neo (LR) do que do A321neo neste momento. Mas veremos como o mercado evolui. Temos alguns A321s agora e são bons para nós”, declarou.
Enquanto a companhia aérea opera uma frota substancial de aeronaves da Família A320ceo, composta por trinta e oito A319-100s, quarenta e um A320-200s e vinte e nove A321-200s (incluindo aeronaves operadas pela Air Canada Rouge), ela não opera, nem tem pedidos para quaisquer unidades da família A320neo.
Ainda sem previsão para retornar as operações de voo, o jato da Boeing, além dos graves problemas de projeto que afetaram sua disponibilidade, enfrenta um mundo assolado pela grande crise provocada pela pandemia global do novo coronavírus, que traz a cada dia que passa, mais prejuízo e danos às empresas Aéreas espalhadas pelo mundo.
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