Air New Zealand vende por R$ 100 milhões o seu direito de pousar em Londres

A Air New Zealand está encerrando os voos para Londres, os quais foram conquistados no passado uma exceção à estratégia da empresa, que sempre foi focada em voos nas regiões da Ásia-Pacífico e Américas. Pelo valor astronômico que custou o par de slots, nota-se o quão estratégico é o aeroporto de Heathrow.

Encontrar slots disponíveis no maior dos quatro aeroportos internacionais de Londres é uma tarefa árdua e a concorrência é enorme. De forma contumaz, colocamos aqui matérias relacionadas aos slots no Heathrow, sempre fazendo alguma relação com a importância estratégica do aeroporto mais movimentado da Europa.

Recentemente, surgiu uma janela rara de oportunidade aos potenciais interessados em operar ali,quando a Air New Zealand anunciou que venderia seu par de slots (um de pouso e um de decolagem). Agora, a empresa anunciou que repassou esse direito a outra, segundo informou o Independent.

Sem citar o nome do próximo operador (façam suas apostas), a Air New Zealand apenas disse que prevê embolsar US$ 27 milhões na transação, o que dá mais de R$ 100 milhões pela taxa de câmbio atual, em outubro de 2020, quando sua rota Londres-Los Angeles-Auckland será encerrada.

Pares de slots caríssimos

O par de slots pode ser operado por qualquer empresa habilitada a voar na União Europeia e pode cobrir qualquer rota, respeitando-se os horários de chegada e saída disponíveis. A chegada deve ser no meio da manhã e a saída no final da tarde, ideal para voos de longo curso.

Apesar de ser uma soma vultosa, o preço de US$ 27 milhões pode parecer baixo em comparação com os US$ 75 milhões que a Oman Air pagou à Kenya Airways em 2016, também por um único par de slots. Além da Oman Air, outras companhias aéreas do Oriente Médio e da Ásia têm sido grandes compradores de slots de Heathrow.

Não há valor definido ou fórmula para a precificação dos slots de Heathrow, e a maioria das vendas é divulgada. No entanto, esses direitos de operação no aeroporto mais movimentado do velho continente está ainda mais valorizado após os entraves para a construção da terceira pista no aeroporto londrino.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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