Uma empresa de leasing está prevendo que a Família Airbus A320neo irá dominar com boa folga as encomendas da aviação comercial por aeronaves narrow body.
A análise parte da Air Lease Corporation, uma das gigantes no mercado de arrendamento, que compra as aeronaves dos fabricantes e as aluga para companhias aéreas. No estudo, a empresa aposta que o A320 (e suas variantes A318/19/21) será o avião a dominar os céus no futuro.
Hoje, a Air Lease tem 300 aviões próprios mas, se somados com encomendas e jatos que ela administra, este número chega a 800, incluindo alguns aviões da brasileira Azul Linhas Aéreas e da TAP Air Portugal.
Durante uma apresentação de resultados para investidores e analistas, transcrita pelo portal de investimentos SeekingAlpha, os executivos da empresa foram questionados por Ron Epstein do Bank of America, se eles veem, na demanda de aeronaves por seus clientes, uma preferência pelo A320 sobre o 737.
Primeiramente o CEO John Plueger respondeu à pergunta: “Bem, eu posso dizer que a paralisação do MAX tem um impacto com certeza. […] Por motivos óbvios, o MAX sofreu contra o NEO, mas a pergunta não é como será daqui a um ano quando o MAX estiver voando. A pergunta de verdade é como será daqui a cinco anos? Então sim, nestas circunstâncias, o Neo tem um papel mais importante. Mas lembro, Ron, que na Air Lease, sempre fomos um grande promotor e de fato o cliente-lançador do A321neo, do A321LR e seremos do A321XLR, porque bem antes da queda do MAX e de toda a pandemia, conseguimos ver que o A321neo em particular seria uma aeronave muito forte, independente da situação do 737 MAX e do coronavírus.”
Já o Presidente Executivo, Steve Udvar, deu números sobre esta “força” da família Neo da Airbus: “Antes da crise, assumindo que o MAX voltaria a voar na previsão inicial da Boeing, ou seja no final do ano passado ou no início deste ano, a fabricante tinha o objetivo de conquistar entre 45% a 50% do mercado de jatos de um corredor. O que nós estamos vendo é que devido ao poder do A321neo, LR e XLR, esse número está a favor da Airbus. Além disso, a Airbus está produzindo o jato em quatro locais diferentes: França, Alemanha, EUA e China (A Boeing só produz o 737 MAX nos EUA, apenas na fábrica de Renton, em Washington).
Steve vai além e cita alguns números: “Então eu acho que a participação de mercado será de até 65% a favor da Airbus, principalmente por causa do seu espectro no tamanho de 200 assentos ou mais, o A321neo parece ser o favorito das companhias aéreas. É simplesmente o que as aéreas estão olhando. Mas eu não vejo muitos operadores atuais de 737 abandonarem a família Boeing 737, a maior demanda que vemos para o A320neo e A321neo é de clientes já existentes da Airbus, sejam de aeronaves de um ou dois corredores”.
O A321neo tem se mostrado suficiente para ocupar o lugar deixado pelo Boeing 757, que é um jato de um corredor, mas com alcance suficiente para fazer voos transoceânicos e levando mais de 200 passageiros de maneira confortável.
