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Na semana passada, vimos o curioso caso no qual um pequeno avião de instrução de uma escola de pilotagem fez treinamentos de toque e arremetida (quando a aeronave chega a tocar a pista, mas na sequência acelera e volta a voar) em um dos mais movimentados aeroportos do mundo.
Na ocasião, o piloto-aluno do avião Cessna 172 fez dois toques em uma das pistas do Aeroporto Internacional de Frankfurt, na Alemanha, em uma situação que seria quase impossível em condições normais do mercado aéreo, ou seja, se não houvesse a crise e sim o movimento constante de pousos e decolagens de grandes jatos.
Agora, neste último final de semana, algo semelhante pôde ser observado no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).
Obviamente, a natureza da operação é bastante diferente, envolvendo um avião comercial Airbus A321neo de uma companhia aérea, ao invés de um pequeno avião de instrução. Entretanto, também se trata de uma situação incomum, afinal, o Aeroporto de Guarulhos seria, da mesma forma que Frankfurt, altamente movimentado na maior parte do dia se não houvesse a atual crise aérea, o que tornaria inviável, ou ao menos difícil, a realização de diversos toques e arremetidas seguidos no local.
Mas, diante da calmaria dos tempos atuais no mais movimentado aeroporto da América do Sul, foi o que se viu no último sábado, 20 de março, quando o jato de matrícula PR-YJC, operado pela Azul Linhas Aéreas, pôde fazer seis procedimentos seguidos no GRU Airport.
O A321neo decolou do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), às 10h00 e, após um trajeto um pouco alongado para se encaixar no sequenciamento de tráfego, cerca de 35 minutos depois da partida os pilotos faziam o primeiro toque e arremetida no Aeroporto de Guarulhos.
Daí em diante, foram mais 5 procedimentos de aproximação, toque e arremetida, em um intervalo de tempo de 1 hora e 10 minutos encaixando-se entre apenas um ou outro avião também pousando no aeroporto.
Por fim, o PR-YJC foi levado de volta à base da Azul em Campinas, onde pousou às 12h05.
Embora não haja informações divulgadas pela empresa aérea sobre o motivo da escolha de Guarulhos, tudo indica se tratar de treinamento para proficiência de pilotos, uma vez que o aeroporto conta com um dos mais avançados sistemas de aproximação por instrumentos, o CAT III A (que permite pousos com visibilidade muito restrita), enquanto Viracopos, por exemplo, possui apenas o CAT I.
Também não é descartada a hipótese de se tratar apenas de testes dos sistemas da aeronave para tal aproximação por motivo de check de manutenção, embora leitores do AEROIN familiarizados com o assunto afirmem se tratar de homologação da empresa aérea para poder utilizar as categorias mais avançadas de aproximação por instrumentos.
Mas, independente da razão, é bastante interessante ver uma situação dessa em um aeroporto que, em outro momento, deveria ser tão movimentado a ponto de dificultar tal sequência de operações.
Veja no vídeo a seguir um procedimento de toque e arremetida gravado de dentro do cockpit de um Airbus A320neo, avião bastante semelhante ao A321neo:
