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Temos acompanhado desde fevereiro desse ano os desdobramentos de dois incidentes ocorridos com aviões modelo A350 da Airbus, nos quais um de seus motores foi desligado em voo pelo sistema do jato depois que os pilotos derrubaram líquido em um dos painéis de controle do cockpit.
Um incidente ocorreu em 9 de novembro de 2019, quando um motor se desligou cerca de uma hora depois que chá foi derramado no pedestal central de um voo da Asiana.
O outro envolveu um A350-900 da Delta Air Lines a caminho de Seul em 21 de janeiro desse ano. A aeronave foi desviada para Fairbanks, no Alasca, após o desligamento do motor Rolls-Royce Trent XWB do lado direito.
Nos dois casos, não foi possível religar o motor durante o restante do voo até o pouso em aeroportos de alternativa.
Desde então, a Airbus e a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) passaram a tomar medidas para evitar novas ocorrências, que agora terminarão em uma Diretiva de Aeronavegabilidade de substituição obrigatória a todos os aviões do modelo que estejam sujeitos à regulamentação da Agência.
A obrigatoriedade também se dará aos A350 registrados no Brasil, uma vez que a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) determina que os operadores devem cumprir as Diretivas de Aeronavegabilidade brasileiras e, também, as do país de origem do produto.
Embora a Airbus já tenha criado e publicado esta modificação de painel em um Boletim de Serviço há alguns meses, a Agência europeia havia emitido uma Diretiva que obrigava apenas a utilização de uma capa protetora sobre o referido painel de controle de motor.
Ficava a cargo do operador do A350 escolher fazer a troca sugerida pela Airbus ou usar essa solução alternativa, na qual os pilotos passaram a usar a capa nos momentos não críticos do voo, e então removê-la nos momentos críticos, como em pousos e decolagens.
Agora, no entanto, segundo a nova Diretiva emitida pela EASA no dia 3 de setembro, e que passa a vigorar 14 dias depois, em 17 de setembro, os operadores de todas as aeronaves A350-941 e A350-1041 terão que substituir o painel do cockpit por um novo painel resistente a líquidos.
O limite para a ação é o prazo de 8 meses a partir da entrada em vigor, ou seja, 17 de maio de 2021, e o cumprimento da substituição elimina a necessidade de utilização da capa protetora.
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