O ultimato para a Alitalia já foi dado, se a empresa não conseguir virar a chave em seis meses, irá falir de vez. Mas será que vão deixar uma das empresas mais tradicionais do mundo a fechar as portas?
A notícia foi dada pelo Ministro da Economia italiano, Stefano Patuanelli, em entrevista ao jornal local Il Messagero. Segundo o ministro, não serão feitos mais empréstimos para a empresa.
“A Alitalia perde em torno de 2 milhões de euros ao dia. Eu gostaria de saber o mais pode ser feito do que já fazemos. Em 2 de dezembro, depois do fim do consórcio, eu tive duas opções: a liquidação da companhia ou começar um novo processo para salvá-la. Eu escolhi a segunda opção e cultivo a esperança de que isso possa ser possível”, afirmou Stefano.
Em dezembro, a Alitalia recebeu seu último empréstimo de €400 milhões de euros. Com o dinheiro, estima-se que será suficiente manter a companhia até junho de 2020, nesse tempo, a empresa terá que ser reestruturada para que seja vendida. Caso isto não ocorra, novos empréstimos não serão feitos e a empresa irá falir. “Não terão outros fundos. Para a Alitalia, esta é a última intervenção estatal”, destaca o Ministro.
Crise após crise
Na mais recente crise da Alitalita foram feitos até agora €1 bilhão e 300 milhões de euros em aportes financeiros, sem data de pagamento definida. Segundo Stefano, não existe interesse de outras empresas aéreas ou compradores na Alitalia do jeito que está agora. Apesar de não ter muito espaço para mudanças, algumas coisas ainda podem ser feitas. Mas, para o ministro algumas mudanças legislativas também precisam ser feitas para viabilizar operações de baixo-custo, por exemplo.
A Alitalia não atinge o lucro desde 2002 e recebeu ajuda do governo italiano em 2008 e 2014. Chegou a ser vendida parcialmente para a Etihad Airways, que fez algumas mudanças na companhia a fim de melhorar o serviço, mas que acabaram por elevar os custos também.
No ano passado, em meio ao início da crise financeira da Etihad, causada em parte pela crise da própria Alitalia e de outras subsidiárias da empresa árabe como a Air Seychelles e a Jet Airways, a empresa italiania decidiu comprar de volta a participação da Etihad.
Lufthansa ou Delta-Air France-KLM?
Quando questionado sobre a oferta da Lufthansa perante a oferta do consórcio franco-americano-holandês, o ministro falou que quer resgatar a empresa como um todo.
“Os alemães ofereceram a compra de 86 a 91 aviões, o consórcio da Delta um pouco mais. Mas não devemos agir apenas na área operacional da companhia aérea e sim na empresa como um todo”, afirmou o Ministro.
Atualmente, a Alitalia conta com uma frota de 115 aviões. Desde o início desta última crise ela tem focado no mercado intercontinental para fugir da competição com as aéreas de baixo-custo dentro da Europa.
