Ambição da Conviasa é ter 80 aviões, mais 600 pilotos e chegar na China

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O domingo, 7 de fevereiro, marcou um ano desde que os Estados Unidos proibiram a Conviasa de entrar no seu território. Um ano atrás, o Departamento do Tesouro informava à empresa aérea que o Office of Foreign Assets Control (OFAC) incluíra 40 aeronaves na lista de empresas, organizações e indivíduos identificados como uma ameaça à segurança nacional e à política externa e econômica dos EUA

Para “comemorar” o aniversário, a companhia aérea venezuelana divulgou um comunicado nas redes sociais a respeito dessa situação e assegurou que, “frente à sanção e ao bloqueio, a Conviasa apresentou avanços significativos que permitiram o crescimento do transporte aéreo no país”, reportou o site Aviacionline.

O presidente da Conviasa, Ramón Velásquez Araguayán, fez um balanço das realizações e projeções da companhia aérea para 2021.

Em 2020, a empresa realizou um total de 4.434 voos (entre carga humanitária, comercial e aérea), aumentou a frota, elevando o nível operacional para 85%, alcançado “graças ao patriotismo da engenharia, técnica, piloto, tripulação e trabalhadores aeronáuticos”, relatou.

China no radar

A partir de 26 de fevereiro a companhia aérea começará a voar entre Maracaibo e o Panamá, com duas frequências semanais às sextas e domingos, e informou que sua prioridade continua sendo Rússia, Irã e China, uma vez que as restrições devido à Covid-19 sejam suspensas, o que estimulará o turismo na Venezuela. 

O projeto para este ano é instalar o voo direto Caracas – Moscou – Caracas e, até março, iniciar as operações comerciais para Teerã. Outra notícia é que para a Páscoa contará com a conexão Cancún – Porlamar.

“Há um potencial significativo de passageiros que desejam conhecer a Venezuela”, disse Velásquez, que também afirmou: “Estamos planejando chegar à China com voos de carga e passageiros”.

Hoje a companhia aérea tem voos internacionais de Caracas a Santo Domingo, Cancún e Santa Cruz de la Sierra, e as rotas nacionais são: Caracas – Porlamar, Caracas – Canaima, Porlamar – Valência e Porlamar – Maracaibo.

Frota de 80

A Conviasa projeta uma frota de mais de 80 aeronaves e afirma estar trabalhando nela (embora não sejam dados prazos exatos para atingir esse número). O ano de 2021 terminaria com cinco aeronaves Airbus 340. Sua frota atual é composta por um A340-200, um A340-300, 16 Embraer E190 e oito Cessna 208 Caravans para operações regionais.

Esses planos ambiciosos para a companhia aérea envolveriam a incorporação de 600 pilotos.

Velásquez informou que depois de ter visto a importância do serviço de carga aérea em 2020 com um milhão e trezentos mil quilos transportados, vai reforçar este serviço com a Aerocargo del Sur, empresa criada com o propósito de transportar carga nacional e internacional, tendo como eixo inicial estabelecer uma ponte aérea com a China, Rússia e Irã. A empresa vai operar a partir da Base Aérea do Libertador, em Maracay.

O executivo ainda disse que estão arrancando com a Empresa Nacional de Aeronáutica (EANSA) e a criação do Centro Nacional de Manutenção Aeronáutica (CENMA), que terá como objetivo oferecer um maior serviço de manutenção aeronáutica às aeronaves de corpo largo da região.

Por fim, outra conquista que a Conviasa destacou foi a certificação de qualidade ISO 9001: 2015 nos processos de aeronavegabilidade e planejamento de voo, que garante segurança e qualidade do serviço.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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