Ameaça de bomba força o gigante AN-225 a pousar numa pequena cidade do Alasca

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Desde que voltou a voar no mês passado, o Antonov AN-225, maior avião do mundo, já foi manchete na mídia em várias ocasiões. Seja por conta de sua manutenção de 18 meses ou por ter batido o recorde de volume de cargas, o grande jato de seis motores sempre desperta a curiosidade. Dessa vez, foi por conta de uma ameaça de bomba e um aeroporto fechado.

Foto de Luke Culver via Twitter

No sábado (2) à tarde, o aeroporto internacional Ted Stevens, em Anchorage, viu sua rotina ser quebrada. Em tempos de novo coronavírus o aeroporto da maior cidade do Alasca tem recebido um não-usual volume de tráfego aéreo de grandes jatos, oriundos de diversas regiões da China, voando com o mesmo objetivo: o transporte de equipamentos e suprimentos médicos.

Ameaça de bomba

Em um certo momento, as autoridades do Alasca receberam um aviso anônimo de que haveria uma bomba em um desses voos provenientes da Ásia (o voo envolvido não foi divulgado, mas acredita-se que se trate de um cargueiro da China Airlines).

Ato contínuo, e como parte do protocolo de resposta a incidentes como esse, todo um aparato de segurança foi movimentado, incluindo o isolamento do aeroporto internacional. Depois de acionados, os procedimentos de segurança garantiram que apenas a aeronave sob ameaça pousasse, antes de fechar o aeroporto para todos os demais voos, como mostra esse tuíte postado pela administração do terminal.

Nesse mesmo momento, o maior avião de carga do mundo, o Antonov An-225 Mriya, registrado como UR-82060, retornava do Canadá para a China depois de um fretamento para o governo canadense. O voo ADB3381 retornava de Montreal e deveria fazer uma parada em Anchorage, antes de prosseguir para Tianjin, mas seus planos foram abruptamente interrompidos.

Pouso numa cidade de 31 mil habitantes

Com o aeroporto fechado e sem grandes chances de pouso em Anchorage, não houve outra escolha senão prosseguir para sua alternativa, a pequena cidade de Fairbanks, no centro do Alasca.

Importante salientar que todos os voos comerciais possuem, em seu plano de voo, um aeroporto de alternativa, ou seja, para onde a aeronave deve prosseguir caso não seja possível aterrissar no destino esperado originalmente. Naturalmente, a alternativa para Anchorage seria Fairbanks, que tem capacidade para receber a grande aeronave e não está tão distante.

A imagem do FlightRadar24 acima mostra o desvio feito pela aeronave rumo ao norte, quando ela ainda cruzava 36.000 pés, sob ordens do controle de tráfego aéreo.

De acordo com Matt McClurg, chefe de operações aeroportuárias do Aeroporto Internacional Fairbanks, cinco aeronaves pesadas aterrissaram em ali para reabastecer antes de continuar para seus destinos finais. No caso do Antonov AN-225, ele ficou no solo por cerca de três horas, quando foi reabastecido e esperou até Anchorage reabrir para então decolar e passar a noite por lá.

O desvio inesperado fez com que uma multidão de espectadores se reunisse para vislumbrar uma aeronave única. Foi uma raríssima aparição do maior do mundo numa pequena cidade do Alasca. McClurg disse que o aeroporto de Fairbanks foi projetado como um ponto de desvio para grandes aeronaves, caso essas não conseguissem pousar em Anchorage e que o sistema funcionou.

O perfil de Tomas Semrad no Twitter traz uma filmagem da decolagem do AN-225 após sua curta estada em Fairbanks.

“Com a equipe que temos, fomos capazes de atender a todos os aviões alternados e deixá-los todos estacionados em segurança. A coordenação com a torre funcionou da maneira que deveria. Felizmente, conseguimos lidar com isso”.

– Matt McClurg, chefe de operações do Aeroporto Internacional Fairbanks

O aeroporto de Anchorage foi reaberto sem que a suspeita de bomba fosse confirmada.

Como rastrear o Antonov An-225

Para seguir o AN-225, use o registro UR-82060 ou código da aeronave ‘A225’ no Flightradar24.com. Dá para selecionar os Alertas no menu inferior e escolher Voos em destaque para receber uma notificação quando o An-225 estiver no ar. 

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Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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