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American Airlines é acusada de priorizar comissários latinos, que têm salário menor

© American Airlines

A American Airlines está sendo acusada pelo sindicato de favorecer comissários latinos, enquanto demite americanos.

A alegação foi feita pela APFA – Associação Profissional dos Comissários de Voo – que representa a categoria nos EUA. Com toda a crise gerada pelo coronavírus, a empresa já anunciou que irá demitir pilotos e comissários. No entanto, segundoinformado pelo site Paddle Your Own Kanoo, para a APFA o número de comissários será desproporcional ao de pilotos, favorecendo os comissários latinoamericanos.

Apesar de não ser muito conhecido, a American Airlines tem base de comissários em Buenos Aires, Lima, Bogotá e Santiago do Chile. Estes comissários são contratados e tem sua “carteira” assinada no respectivo país da base, ganhando na moeda local e seguindo as regras trabalhistas locais.

Como o dólar sempre é mais valorizado do que as moedas latinas, é mais barato para a empresa abrir bases nestes países, utilizando os comissários como parte de uma tripulação internacional mista, o que muitas legislações permitem até um certo número, inclusive na brasileira.

Pilotos American Airlines
Imagem: American Airlines

Um exemplo hipotético seria na rota operada pela falida Avianca Brasil, de São Paulo para Colômbia, num voo que precisasse de seis comissários, até um terço (dois deles) poderiam ser colombianos mesmo sendo uma empresa brasileira. Esta regra também existe em países europeus.

“A APFA sempre foi contra esta prática de utilizar mão de obra estrangeira pela American Airlines. Agora é a hora de acabar com esta prática, que impacta negativamente um grupo de empregados: os comissários. Os pilotos não estão sujeitos a serem trocados por um funcionário estrangeiro mais barato”, afirma a associação.

O principal ponto seriam as demissões em Miami, hub da empresa para a América Latina e onde acaba sendo o principal destino dos voos operados pelos comissários estrangeiros.

Os pilotos da American não podem ser estrangeiros por regulação da FAA, que limita a função em companhias aéreas apenas para americanos nativos, naturalizados ou cidadãos estrangeiros em situação regular, com um visto que permita o trabalho sem restrições.