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Em janeiro de 2020, a companhia aérea American Airlines anunciou que estudava ampliar o número de voos entre Estados Unidos e Cuba, apesar do aprofundamento das sanções impostas pelo então presidente Donald Trump contra o país caribenho. Agora, mais de um ano depois, a empresa vai colocar o plano em prática e com uma aeronave improvável para voar os poucos quilômetros que separam Miami e Havana: o Boeing 787-8 Dreamliner.
Durante o governo Barack Obama (2009-2017), os Estados Unidos relaxaram o embargo econômico a Cuba e as viagens comerciais internacionais entre os dois países foram liberadas. O potencial turístico da ilha estimulou diversas companhias a implantarem voos de passageiros na rota, mas a posse de Donald Trump em 2017 impôs um novo bloqueio à expansão desse nicho.
Com isso, a rota voltou a ser desinteressante. Silver Airways, Frontier Airlines e Alaska Airlines desistiram de operar voos para Havana. No ano passado, foi a vez da JetBlue anunciar a suspensão de seus dois voos diários. Mas, ao contrário das concorrentes, a American Airlines solicitou a utilização dos dois slots liberados em 2020. Os planos, contudo, foram comprometidos com a pandemia de COVID-19, que cancelaram voos internacionais na ilha.
Voo extra
Atualmente, estão liberados apenas 20 voos semanais entre os Estados Unidos e o Aeroporto Internacional José Marti, de Havana, o único que recebe voos internacionais atualmente. Embora os voos na ilha caribenha ainda estejam muito limitados em razão da COVID-19, a American Airlines confirmou à Companhia Cubana de Aeroportos e Serviços (ECASA) a operação de um voo extra no mês de maio de 2021.
Em 10 de março, a companhia divulgou a programação de voos de Miami a Havana com a inclusão uma operação que utiliza um dos slots anteriormente usados pela JetBlue. O voo será semanal, às segundas-feiras, na rota entre Miami e Havana. A frequência deve ser operada entre 6 de maio e 2 de junho de 2021, segundo dados da CIRIUM, empresa especializada em dados para aviação.
De acordo com o portal One Mile at Time, apesar da distância entre as duas cidades ser de apenas 367 km, a companhia planeja usar um Boeing 787-8. A aeronave pode levar mais de 230 passageiros. O voo deve durar menos de meia hora e ser a mais curta rota internacional operada pelo modelo. A companhia ainda espera retomar seus outros seis voos diários entre as duas cidades a partir de abril, todos por B737-800.
Até 2020, a American Airlines não utilizava nenhum B787 em Miami. Desde então, a companhia vem reconfigurando sua operação e hoje o modelo liga a cidade da Florida a pelo menos 10 destinos do continente americano.
