O FlightRadar24 é uma das principais (se não a principal) ferramenta para o entusiasta da aviação moderno. Em um único site o site é um radar, fornece informações de atrasos nos voos e nos aeroportos, além de ser possível saber a última localização da maioria dos aviões no mundo.
Mas como qualquer sistema feito pelo ser humano, contém alguns problemas. E um deles (que na verdade não foi causado pelo FlightRadar) é colocar um monomotor Piper PA-28-201T Turbo Dakota (versão similar ao famoso Corisco da Embraer) numa rota entre Roma e a Filadélfia.
O voo da rota é o AA755, operado com um Airbus A330 diariamente. Mas porque então apareceu como um Piper e não um Airbus? A resposta é: por causa de um número 1! Para rastrear cada voo, o FlightRadar24 utiliza o código hexadecimal de cada transponder de cada aeronave. Apenas os transponders mais novos equipado com o modo S tem esse código, que contém 24 números binários. Estes códigos foram feitos para serem únicos de cada aeronave, independente se mudasse de dono, matrícula ou país. Mas isto na teoria…
O Airbus A330-200 da American tem a matrícula N248AY e o código hexadecimal A2DCEE que em binário é 101000101101110011101110. Já o Piper de matrícula N2837A tem o código hexadecimal A2DC6E e o binário 101000101101110001101110.
Como vocês podem ver, é apenas um número que diferencia os códigos do Airbus para o Piper. E aparentemente aconteceu é que o transponder do Piper passou por algum problema e mudou este 0 para 1. A aeronave decolou e fez um voo normal, porém ficou registrado na base de dados do FlightRadar que o último voo do código A2DCEE foi feito por um Piper, resultando nesta confusão.
Apesar desta duplicidade de códigos, o voo da American não foi afetado, já que se utiliza o famoso código transponder de 4 dígitios que vão de 0 a 7, que aparece na tela do controlador além do código de chamada “American 755” na rádio-frequência para comunicação.
Confusão de códigos também é vista no Brasil
Mas casos também ocorrem no Brasil. O mais recente é o Boeing 737-700 da GOL, de matrícula PR-VBZ, que se tornou um Cessna R172K Hawk XP e ainda mais intrigante: a foto que aparece é de um 737 da Aloha Airlines. Este Cessna possui a matrícula que pertencia ao 737 da GOL no passado: N739AL.
De alguma maneira o FlightRadar associou o código A9EC85 a matrícula N739AL e não a PR-VBZ, e assim importou (provavelmente do site da FAA) o modelo da aeronave (Cessna R172). E como a última foto do N739AL no JetPhotos é da época que a matrícula pertencia ao 737 da Aloha Airlines, então ficou esta foto associada.
O sistema que teoricamente não era pra dar confusão, tem causado estes probleminhas que a FAA disse já estar cuidando. Outro caso no Brasil é o C-105 Amazonas da Força Aérea Brasileira que tem o mesmo código hexadecimal de um Bombardier CRJ da subsidiária da Iberia, a Air Nostrum.
O FlightRadar tem concertado estes dados ao longo do tempo, mas não será uma tarefa fácil: a FAA exige que todas as aeronaves dos EUA tenham transponder ADS-B com modo S até 2020, quem não tiver irá tomar uma multa e punição. Ficou confuso com estes termos técnicos? O nosso amigo Lito do Canal Aviões e Músicas descomplica um pouco:
Com informações do blog do FlightRadar24