Após 17 meses, SAA está livre da recuperação judicial, mas a água ainda está no pescoço

Depois de cerca de 17 meses, a cambaleante South African Airways (SAA) informou que saiu do processo de proteção contra a falência na última sexta-feira (30). Desde dezembro de 2019, um grupo especial de administradores foi designado para sanitizar as finanças da empresa, numa tarefa que beirava impossível, caso não houvesse mudanças drásticas na estrutura.

Com o final do processo, a empresa assume que tem suas finanças controladas e que estaria pronta a voltar a operar de forma sustentável (solvente). Não está totalmente claro como isso vai acontecer, embora o governo tenha se comprometido com o resgate da empresa e a busca por um parceiro investidor.

Embora tenha saído da pior fase, a empresa ainda não está voando, mas encontra-se numa etapa de hibernação. Com apenas um pequeno punhado de aeronaves ainda na frota, a empresa terá que praticamente começar do zero e com uma estrutura muito mais enxuta, a despeito das muitas reclamações por parte dos sindicatos locais.

Um comunicado acessado pela Reuters dizia que “um acordo de compra e venda deve ser concluído nas próximas semanas. Isso permitirá que capital e conhecimentos técnicos e comerciais muito necessários sejam trazidos para garantir o surgimento de uma companhia aérea competitiva”, disse o órgão em um comunicado.

Ainda não há uma data para a empresa decolar novamente. Nos últimos 17 meses, foram muitas as vezes que o governo chegou a dizer que fecharia a empresa, inclusive de maneira forma, mas sempre acontecia uma reviravolta que colocava a esperança de retorno da empresa de volta na mesa.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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