O segundo acidente fatal com o Boeing 737 MAX foi um divisor de águas para a Boeing e a indústria aeronáutica como um todo. Após mais de dois anos e meio, uma das empresas vítimas do modelo, a Ethiopian Airlines, voltará a utilizá-lo.
No dia 10 de março de 2019, o fatídico voo ET-302 decolara de Addis Ababa para cair logo em seguida, vitimando 157 pessoas entre tripulantes e passageiros. Logo após o acidente, que foi o segundo com o modelo Boeing 737 MAX em poucos meses, empresas aéreas e órgãos reguladores decidiram suspender os voos com o modelo em todo mundo, num movimento poucas vezes visto.
No decorrer das investigações de ambos os acidentes, ficou claro que a aeronave interpretou os dados de maneira incorreta e os enviou para um sistema de controle de voo que não era conhecido dos pilotos, levando à perda de controle e às tragédias. Depois disso, a Boeing caiu em uma crise jamais vista em sua história e o modelo ficou quase dois anos sem voar. A recertificação foi longa e o processo terminou apenas em novembro do ano passado, com a brasileira GOL sendo a primeira no mundo a retomar os voos comerciais com a aeronave.
Como era esperado, houve resistência das empresas envolvidas nos dois acidentes em retomar com o modelo, sendo que a Lion Air não quer saber mais de Boeing 737 e suspendeu qualquer entrega da aeronave, enquanto que a Ethiopian demorou muito tempo para se decidir.
De qualquer modo, a decisão veio:
“Eu posso confirmar que estamos comprometidos com o Boeing 737 MAX. A minha estimativa é que até o final do ano ou início do ano que vem, estaremos voando a aeronave”, afirmou Tewolde GebreMariam, CEO da Ethiopian Airlines, em entrevista divulgada pela página Paddle Your Own Kanoo.
O 737 MAX não foi recertificado ainda na Etiópia e nem na Indonésia, sendo que este último não deve fazer isso tão cedo. Mas a expectativa no país africano são mais otimistas para o modelo.
