Após aquisição concluída, marca Air Europa pode desaparecer

Avião Boeing 787 Air Europa

Quando o International Airlines Group (IAG) anunciou a aquisição da Air Europa em outubro desse ano, o futuro do mix de marcas do grupo ficou incerto. No entanto, segundo novas informações apuradas pela agência espanhola EFE, os caminhos estão sendo desenhados. Ao que parece, a tendência é que o grupo racionalize o número de marcas que opera na Espanha, o que, em outras palavras, significa que apenas uma marca será mantida.

Esse movimento faz sentido do ponto de vista de eficiência de custos, afinal é muito dispendioso ter que lidar com cinco marcas – com a absorção da Air Europa, que ainda aguarda a aprovação das autoridades competentes, o grupo terá as seguintes marcas com sede na Espanha: Air Europa, Iberia, Iberia Express, Level e Vueling Airlines. Além disso, operar com várias marcas no mesmo mercado pode causar confusão, de modo que o grupo estudará como reduzir seu número para causar um impacto mais preciso no mercado. O grupo também precisa de uma única marca global sólida, reconhecida e posicionada em todo o mundo, disse a agência.

É difícil de acreditar que a marca da Air Europa será mantida dentro desse processo de consolidação interno. Se fosse para apostar as fichas, diríamos que a marca Iberia deve absorver toda a operação sob seu nome. Quanto às low-cost Level e Vueling, há uma incerteza no ar, mas colocaríamos mais fichas na manutenção da segunda.

Avião Airbus A320 Vueling

Madrid como hub 360º

O IAG espera que a venda da Air Europa seja fechada durante o segundo semestre de 2020 e acredita que o negócio será bom para a Espanha e “excelente” para que o Aeroporto Internacional de Madrid – Barajas se torne um hub global mais eficiente.

Segundo Luis Gallego, presidente e CEO da Iberia, Madri não é um hub tão forte quanto seus concorrentes europeus, com menos voos e destinos internacionais, pois está mais focado nas rotas atlânticas e sul-atlânticas. A aquisição da Air Europa permitirá o desenvolvimento de um “hub de 360 ​​graus” em Madri, alcançando todas as direções. Gallego, em particular, enfatizou a transformação em um centro de tráfego entre a Ásia e a América Latina.

Ainda falando da rede de rotas, notícias recentes dão conta de que os atrasos na entrega do A321neo obrigaram o IAG a reconsiderar seus planos, possivelmente até 2022. A Airbus cortou em 30 aeronaves sua meta de entrega em 2019 devido a problemas em sua fábrica em Hamburgo, relacionados à maior demanda pelo complexo layout do Airbus Cabin Flex (ACF) nos modelos A321neo e A321neo LR.

“Agora, replanejamos nossa rede, particularmente no que diz respeito aos voos transatlântico da Aer Lingus para refletir os atrasos planejados do A321LR, que vemos continuar até 2020, 2021 e talvez até o início de 2022”, disse o CEO do grupo durante uma recente reunião com investidores.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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