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O ano passado trouxe ao mundo da aviação um conjunto de sentimentos mistos em meio a um impacto sem precedentes. Dentre as aeronaves-vítimas do contexto sanitário e econômico está o maior avião de passageiros do mundo, o Airbus A380, cuja operação foi praticamente estancada ante à queda brutal na demanda por viagens e seu custo operacional alto. A Emirates, naturalmente, foi a maior impactada nesse aspecto.
Uma tímida volta
No segundo semestre de 2020, com a queda nos casos de Covid, a diminuição das restrições de viagens e um tímido aumento na demanda, os superjumbos começaram timidamente a voltar aos céus.
A retomada era, sobretudo, movida pela Emirates, maior operadora da aeronave, e que a recolocava pouco a pouco de volta em suas tradicionais rotas, enquanto que quase todas as demais 14 operadoras do modelo a mantinha no solo (salvo raras exceções, como a China Southern).
Cada nova reestreia de rota da Emirates rendia uma grande nota à imprensa e muita celebração nas redes sociais, sempre gerando grande engajamento. Tal esforço promocional era esperado, pois a companhia emiradense apostou muito forte no A380 desde o início e hoje tem uma frota de 118 aeronaves do modelo.
No final do ano, o total de rotas operadas com o superjumbo árabe não passava de 10, menos de 20% do que operava antes da pandemia.
E um novo revés
Mas a esperança de retomada começou a se esvair na medida em que a segunda onda da Covid-19 tomava a Europa e a América, enquanto que grandes mercados na Ásia e na Oceania permaneciam altamente restritos a turistas. Isso não deixou muitas alternativas à Emirates senão manter os A380 no chão.
Avessa a notícias negativas, a empresa árabe retirou os A380 sem anúncios e não falou mais de novos planos para esse ano. Hoje, 25 de janeiro, apenas 8 destinos mundiais da Emirates estão sendo operados A380 e esse prognóstico deve continuar para fevereiro.
O mapa abaixo, obtido com dados da CIRIUM, empresa especializada em análise de dados para a aviação, mostra quais são essas rotas. Os códigos referem-se a Manchester (MAN), Londres (LHR), Paris (CDG), Moscou (DME), Cairo (CAI), Amã (AMM), Jidá (JED) e Guagzhou (CAN), além de Dubai (DXB), a base da Emirates.
No total, para esses destinos, estão sendo operados um total de 287 viagens de ida e volta, ou “quase nada” para uma frota de 118 aeronaves A380.
A esperança da Emirates, e do mundo, está na eficácia da vacina e do jeito que as coisas estão voláteis, estabelecer um prognóstico para o retorno do A380 é uma missão quase impossível.