Após mais de 600 dias parado, Boeing 737 MAX é liberado para o voo

Já se passaram 611 dias desde que o Boeing 737 MAX foi proibido de voar em todos os países em que operava, mas, finalmente, o banimento acabou, pelo menos por parte da autoridade americana (FAA). Assim, esse dia 18 de novembro fica marcado para a conturbada história do modelo.

© Steve Lynes

Desde o início, fizemos uma cobertura extensa e próxima sobre o caso do 737 MAX, tendo acesso direto a algumas fontes na fábrica da Boeing e reportando a evolução da situação. Logo após o primeiro acidente, citamos o alerta que a FAA emitiu para o 737 MAX e que a Boeing estaria atrasada na atualização do software corrigido.

Também revelamos em primeira mão no Brasil que os pilotos não foram informados sobre o MCAS e não receberam treinamento sobre e trouxemos com agilidade a informação de que a GOL tinha trocado o nome do jato, ainda em abril do ano passado e após o segundo acidente.

Agora, temos a satisfação de trazer mais uma importante informação sobre o processo de re-certificação do modelo, com a liberação da FAA, que pode ser lida na íntegra aqui.

A volta

Nestes 611 dias muita coisa mudou, não só no 737 MAX, mas na forma de certificação de aeronaves, da posição da FAA como agência líder em certificação aeronáutica no mundo, e, claro, na aviação que hoje enfrenta sua pior crise desde o primeiro voo.

Ao custo das 346 vidas nos acidentes da Lion Air e da Ethiopian Airlines, o MAX deverá se tornar a aeronave mais segura do século 21, ou pelo menos a que teve maior nível de escrutínio em quantidade de testes.

Atualizações extensas no seu software foram feitas e os pilotos agora passarão por treinamento obrigatório no simulador, algo que só a panamenha Copa Airlines exigia. Outro ponto é que o sistema de voo da aeronave agora usará os dois indicadores de ângulo de ataque, sem custo adicional, já que anteriormente esta função era opcional de fábrica.

Afinal, quando os voos comerciais voltam?

No Brasil a GOL Linhas Aéreas ainda não anunciou a volta dos voos com o modelo e nem pediu rotas com o jato até o momento.

Lá fora, por sua vez, já há uma candidata, conhecida dos brasileiros, para fazer o primeiro voo. Será a American Airlines, a mais conhecida das empresas aéreas americanas. A empresa planeja voar com o jato novamente em 29 de dezembro, pouco antes do Réveillon para tentar fechar um ano com uma notícia diferenciada.

Os voos com o MAX permanecem na sua agenda e devem conectar as duas cidades mais famosas da costa leste dos EUA, e mais preferidas pelos brasileiros: Nova Iorque e Miami. Serão algumas frequências entre o sempre congestionado LaGuardia e o Aeroporto Internacional de Miami, o gateway para a América Latina. As passagens já estão a venda no site da American, um pouco abaixo da média, mas é por questão de horário, já que outros voos com o Airbus A321 tem o mesmo preço.

A empresa já afirmou que, caso o passageiro não se sinta confortável em voar no MAX e informar isto antes do embarque, ele poderá mudar para o próximo voo disponível, que será num A321 ou num Embraer E175, neste caso. Voltando ao Brasil, a GOL ainda não pronunciou sobre essa possibilidade de política flexível.

Mas a verdadeira “prova de fogo” do MAX será na reconquista da confiança das companhias aéreas, que sofrem com a crise global e com a crise do modelo. Isto será essencial para a Boeing se manter no patamar da grande tradicional indústria aeronáutica americana.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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