Armênia perde a paciência e processa Irã por ‘sequestrar um Boeing 737-300’

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Foto meramente ilustrativa – Plane World Berlin

Um Boeing 737-300, de matrícula EK-FAA, está envolto em uma história de mistério. O jato segue em território iraniano, segundo apontam os dados de sistemas de rastreamento de voos como o RadarBox, desde que ali pousou, no final de fevereiro, em circunstâncias ainda não totalmente explicadas. Até agora, a aeronave não pôde retornar à Armênia devido a supostos problemas técnicos.

“As inspeções realizadas pela tripulação da Fly Armenia Airways – proprietária da aeronave – revelaram que alguns problemas estão impossibilitando o voo do avião”, dizia o comunicado do Comitê de Aviação Civil visto pelo Pan Armenian. “O Comitê de Aviação Civil, junto com o Ministério das Relações Exteriores da Armênia e o Serviço de Segurança Nacional, está fazendo todos os esforços para devolver o avião à Armênia”, conclui.

O vice-diretor do Serviço de Segurança Nacional, Tigran Harutyunyan, disse, na semana passada, que um processo criminal foi aberto, alegando incidente de “sequestro de aeronave”.

Relembre

A empresa aérea Fly Armenia Airways disse que o avião tinha passado por reparos na capital da Estônia e deveria seguir para a Ucrânia, para uma outra revisão. No entanto, sem avisos prévios, o jato acabou pousando no aeroporto de Mehrabad, em Teerã, devido a supostos problemas técnicos que teriam surgido durante o voo. Outros relatos afirmam que o avião decolou da cidade búlgara de Varna e deveria voar para o aeroporto de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos.

De qualquer forma, a explicação da companhia não colou e muitos começaram a questionar os reais motivos pelos quais o jato fora desviado de sua rota. Alguns, inclusive, especularam que o Boeing 737-300 foi vendido secretamente ao Irã, em violação das sanções dos EUA.

Por conta do mistério, a Embaixada dos Estados Unidos em Yerevan expressou preocupação com o incidente e pediu às autoridades armênias que averiguassem o paradeiro do avião. As sanções proíbem qualquer transferência de aeronaves fabricadas nos EUA ou de suas peças sobressalentes para a república islâmica e, se desrespeitarem essa regra, podem levar sanções à empresa aérea ou à Armênia.

No começo de março, o Comitê de Aviação Civil da Armênia havia comunicado que chegara a um “acordo provisório” com as autoridades iranianas sobre o retorno do avião à Armênia, mas até agora isso não aconteceu.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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