As aeronaves da força de busca do submarino argentino San Juan

Boeing P-8 Poseidon da US Navy: a última tecnologia em guerra anti-submarina encontrou sinais da explosão do ARA San Juan

Nos últimos dias uma triste notícia veio à tona na América do Sul. O submarino argentino ARA San Juan desapareceu na costa daquele país, e tão logo confirmado o fato pela Marinha Argentina, países de todo o mundo, principalmente do continente americano, deslocaram meios para ajudar os hermanos, principlamente aviões.




Informações apontam que o submarino desapareceu no último dia 15 na área do Golfo San Jorge, no Oceano Atlântico. Logo quando as operações de busca se iniciaram no dia 17 pelos próprios militares argentinos, o Brasil e o Chile ofereceram seus maiores aviões para ajuda nas buscas. A força tarefa foi aumentando e, hoje, já conta com 13 países presentes com todo o tipo de equipamento.

Na guerra submarina, um dos principais meios é a utilização de aeronaves, que se utilizam de sonoboias e radares para detectar o submarino. E ao mesmo tempo podem ser usadas como aeronaves de busca e salvamento de qualquer tipo de embarcação submersa.

Lockheed-Martin P-3 Orion ou simplesmente Electra! 

O avião de patrulha mais consagrado do mundo foi o primeiro a chegar na área de buscas. O P-3 Orion é a versão militar do Electra, tão conhecido e querido no Brasil, onde construiu história pela VARIG. Hoje é utilizado por marinhas de todo o mundo e também por orgãos governamentais como a NASA.

E foi exatamente a Agência Americana do Ar e Espaço que inicou as buscas. O P-3 da NASA estava realizando uma missão de pesquisa na Antártica e deslocou-se para a região do golfo de San Jorge de maneira rápida, começando a vasculhar o mar com seus sensores e câmeras.

Em seguida a Armada de Chile, a marinha chilena, enviou o seu P-3 Orion, assim como também o fez a Força Aérea Brasileira, que também enviou um dos seus P-3.

Boeing P-8 Poseidon: o rei dos céus e dos mares! 

Ao olhar um P-8 Poseidon, é clara a sua semelhança ao Boeing 737, bimotor a jato de maior sucesso no mundo. E não é à toa. O P-8 é um Boeing 737-800 com o tridente do deus grego que ele leva o nome. O 737 foi modificado com a instalação da asa do 737-900, maior e que leva mais carga. Além disso possui ponta de asa ao estilo do 777.

É capaz de lançar sono-boias, minas aquáticas e torpedos, e também pode controlar um drone. Mas toda essa tecnologia de guerra está sendo utilizada para achar o ARA San Juan. As duas aeronaves P-8 Poseidon da US Navy dectectaram uma anomalia hidroacústica oriunda de uma explosão no submarino. Fato confirmado por uma agência européia que monitora explosões de grande proporções pelo mundo.

Airbus C295 Persuader 

© Airbus

O C295 Persuader da Airbus (anteriormente CASA/EADS) é a mais recente aeronave recebida pela Força Aérea Brasileira. E já realizou o seu “batismo de fogo” na missão de busca ao ARA San Juan.

A aeronave também é operada pela Armada de Chile, que também enviou o modelo. É equipado com uma câmera térmica de alta definição e com radar de busca multi-modo. Tem capacidade de lançar equipamentos de resgate como boias e suprimentos. Voa até 11 horas sem precisar parar para reabastecer.

Lockheed C-130 Hércules

O sexagenário porém não obsoleto Hércules também está participando das buscas. Fazendo sobrevoos a baixa altura, o C-130 tem em seu histórico diversas missões de resgate. O mais famoso do público brasileiro foi dos destroços do acidente Air France 447.

No resgate ao ARA San Juan estão sendo utilizado Hércules da Força Aérea Argentina e da Real Força Aérea Britânica, inimigos históricos devido à Guerra das Malvinas, arquipélago próximo do local do último contato do San Juan. O C-130 britânico estava estacionado na ilha e se juntou às buscas.

Apoio logístico veio do ar

O principalmente objetivo da busca é encontrar o submarino, obviamente. Mas resgatar os seus tripulantes e a própria embarcação não é uma tarefa fácil. É necessário equipamento especial, que poucos países possuem. O Brasil e o Chile são os únicos na América do Sul a possuírem tal equipamento, que já está pronto para uso na Argentina, sendo enviado por navios.

Mas toda ajuda é válida, ainda mais quando não se sabe a profundidade que o submarino possa estar, um fator essencial para o resgate. Desta maneira, outros países deslocaram seus meios para prover o equipmento de resgate, e para chegar de maneira rápida utilizaram diversos tipos de aeronaves.

Boeing C-17 Globemaster III

© Boeing

O gigante fabricado pela então McDonnell Douglas realizou um voo direto da famosa base aeronaval de Miramar, na Califórnia, para Comodoro Rivadavia, cidade argentina banhada pelo golfo de San Jorge.

Foram necessárias três aeronaves C-17 da USAF para levar parte do melhor equipmento de resgate de submarino da US Navy. “Parte” porque o equipamento é tão grande que foi necessário chamar o irmão maior…

Lockheed C-5 Galaxy

É a maior aeronave da Força Aérea Americana (USAF) e sem sombra de dúvidas chama atenção onde passa. É o concorrente direto do ucraniano Antonov An-124 Ruslan. O avião também partiu de Miramar, mas foi necessário fazer uma escala em Porto Rico devido ao seu alcance limitado.

Airbus A330 MRTT Voyager

Os britânicos realmente mostraram grande humanidade ao deslocar grande quantidade de equipamento para a busca do submarino argentino. O equipamento foi levado pelo A330 MRTT (Multi-Role Tanker Transporter).

O avião é a versão militar do consagrado Airbus A330-200, e pode transportar tropas, enfermos, cargas e reabastecer aeronaves, tudo ao mesmo tempo! Na RAF foi batizado de Voyager.

Dassault Falcon 900

© Ejercito del Aire

O pequeno trijato francês foi utilizado pela Força Aérea da Espanha (Ejercito del Aire) para levar três sondas. Estas sondas podem levar mantimentos e diversos tipos de equipamento para o submarino quando este for encontrado, sendo vital para o resgate, que é demorado.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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