As últimas notícias do processo de reestruturação da TAP Air Portugal

Avião Airbus A330-200 TAP Air Portugal
Imagem: Aero Icarus from Zürich, Switzerland / CC BY-SA via Wikimedia

A TAP Air Portugal tem enfrentado momentos difíceis, mas acaba de dar um importante passo no processo de reestruturação que deve definir a sobrevivência da companhia.

Banco Alemão

Recentemente, a empresa decidiu que o Deutsche Bank, o maior banco de investimentos da Alemanha, será o assessor financeiro no plano reestruturação que está em negociação com a Comissão Europeia. A definição desse suporte era uma exigência do órgão para avançar com o tema. Uma das missões do Deutsche Bank será fazer uma análise de mercado e provar que a TAP reestruturada poderá saldar as dívidas com a própria receita ou se terá capacidade para conseguir um eventual sócio.

Dinheiro

A Comissão Europeia aprovou em 10 de Junho um auxílio de emergência à TAP, por meio de um empréstimo de até $1,2 bilhão de euros. A UE, entretanto, exigiu a apresentação do plano de reestruturação.

O prazo para conclusão do plano de reestruturação está perto do fim. Na semana passada, em entrevista o site português PressTur, especializado em turismo, o secretário de Estado do Tesouro de Portugal, Miguel Cruz, disse que pretende finalizar o plano até o fim de novembro, antes do limite estabelecido pela Comissão Europeia, em 10 de dezembro.

Além de todo esse processo e montante, o governo português disse, na semana passada, que reservou uma garantia de empréstimo de 500 milhões de euros no seu orçamento de 2021 para a transportadora aérea, além do 1,2 bi de euros já aprovado anteriormente.

TAP menor

A reestruturação da empresa também envolve a redução da frota e readequação da malha de voos. “As últimas projeções apontam para uma recuperação para níveis que se viviam no pré-pandemia, de 2019, deve ocorrer entre 2024 e 2025”, ressaltou Cruz. De acordo com o Jornal Econômico, de Portugal, a companhia registou um prejuízo de 582 milhões de euros no primeiro semestre.

O secretário destacou na reportagem que a reestruturação financeira e de ajustamento estratégico da TAP “depende de muitas variáveis mas, em primeiro lugar, da evolução da pandemia”. O plano de reestruturação precisa, ainda, de negociações de corte de pessoal que ainda não foram iniciadas com os sindicatos.

O ministro das Infraestruturas e Habitação de Portugal, Pedro Nuno Santos, disse em uma entrevista ao jornal português Publituris, no dia 15 de outubro, que, até ao final de 2020, devem deixar o grupo TAP aproximadamente 1.600 funcionários, com o objetivo de deixar a empresa mais enxuta. “Não podemos manter artificialmente uma dimensão que não tem adesão no mercado em que operamos hoje”, informou. Desses, 1.200 já teriam saído da empresa até o fim de setembro, restando mais 400.

A companhia tinha 14 mil profissionais no período pré-pandemia, dois quais dois mil são pilotos, grupo que, segundo a imprensa portuguesa, pode ser o mais resistente a um acordo de redução de ganhos com a gestão da companhia. A TAP chegou a ter mais de 100 aeronaves e operar para mais de 80 destinos em todo mundo em 2019.

Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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