Asiana Airlines já fez 30 voos para lugar nenhum com seus Airbus A380

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Foto de lasta29 via Wikimedia Commons

A sul-coreana Asiana Airlines encontrou uma alternativa um pouco mais custosa para manter seus pilotos de A380 na ativa e certificados, em conformidade com as leis da Coreia do Sul, e, para tanto, programou cerca de 30 voos de treinamento os superjumbos totalmente vazios.

Talvez você se lembre que, em 29 de junho, falamos sobre o fato dos pilotos do Airbus A380 da Asiana estavam perdendo suas licenças por estarem muito tempo longe de seus aviões. Segundo a regra local, cada piloto necessitava de, pelo menos, três decolagens e pousos dentro de um período de 90 dias para manter sua carteira válida.

Como isso seria praticamente impossível, o governo disse que flexibilizaria a regra, elevando o período para 210 dias. Isso daria fôlego aos 143 comandantes da empresa, dos quais 132 já haviam perdido a licença na regra antiga.

Mesmo assim, parece que os 210 dias não serão suficientes para manter as carteiras válidas, já que o retorno do superjumbo aos céus pode levar mais tempo do que qualquer um poderia imaginar. Assim, para evitar que uma dor de cabeça maior aconteça, a Asiana resolveu fazer os voos fantasmas apenas para treinar as equipes.

Imagem do FR24 mostra um dos voos fantasmas

Desde junho até agora, já foram mais de 30 voos por sobre a Coreia de Sul, decolando e pousando no aeroporto de Incheon, em Seul, como revelam dados do FlightRadar24. Pelo que mostra o flight pattern tratou-se apenas de decolagens e pousos, com um circuito rápido ao redor do aeroporto, em voos de cerca de 30 minutos ou menos.

Embora a viagem possa parecer um desperdício de recursos, a Asiana disse à Bloomberg que não tinha outra opção. Os simuladores de voo que a companhia aérea coreana normalmente usa estão localizados na Tailândia e, devido às proibições de viagens ao coronavírus, os pilotos em treinamento não conseguiram voar para lá. No mais, a empresa disse que o custo de deixar perder as licenças dos pilotos era muito alto.

Além de tudo isso, sabe-se que as aeronaves precisam se mover de tempos em tempos para evitar danos aos seus sistemas mecânicos, então os voos de treinamento também acabam ajudando nesse sentido e os A380 não ficam totalmente parados.

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Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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