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Assista a todos os dias do 3º Simpósio de Sistemas de Aeronaves Não Tripuladas

A terceira edição do Simpósio Regional sobre Sistemas de Aeronaves Não Tripuladas (SIRESANT), promovido pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e pelo Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), aconteceu na última semana, tendo iniciado no dia 30 de novembro e seguido até o dia 2 de dezembro.

Transmitido, em formato digital, pelo canal do DECEA no Youtube, o simpósio reuniu diversos segmentos da comunidade aeronáutica nacional e internacional, como órgãos governamentais, instituições, autoridades reguladoras e usuários do espaço aéreo.

“O simpósio tem o intuito de promover o desenvolvimento do setor e integrar a comunidade aeronáutica ao conceito do Sistema de Aeronaves Não Tripuladas (UAS)”, destacou o Comandante do CINDACTA I, Coronel Aviador Luiz Felipe Thomaz Gomes Araujo.

Primeiro Dia

Na abertura, o Chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, Brigadeiro do Ar Eduardo Miguel Soares, representando o Diretor-Geral, Tenente-Brigadeiro do Ar João Tadeu Fiorentini, ressaltou a importância do simpósio. “Eventos como o SIRESANT, que promovem o debate, são oportunidades ímpares para apresentarmos as diretrizes normativas para acesso ao espaço aéreo e permitir o intercâmbio das melhores práticas, das lições aprendidas e dos desafios da integração dos sistemas de aeronaves não tripuladas”, afirmou.

O Oficial-General falou, também, sobre os investimentos em relação ao controle do espaço aéreo nesse tipo de voo. “Estamos implantando ações em prol da evolução da atividade, como a nova versão do Sistema de Solicitação de Acesso ao Espaço Aéreo Brasileiro por Aeronaves Não Tripuladas, o SARPAS NG, que a partir da presente data, está disponível para testes em uma versão beta”, pontuou o Brigadeiro Miguel.

O Subcomandante do CINDACTA I, Coronel Aviador Dan Marshal Freitas, foi o responsável por conduzir o primeiro dia de evento, que discorreu sobre assuntos relativos ao tema por meio de palestras expositivas e educativas.

O primeiro painel que abordou o tema “O Sistema UTM (Unmanned Traffic Management ou Gerenciamento de Tráfego de Aeronaves Não Tripuladas) e a escalabilidade das operações não tripuladas” contou com a participação do Chefe da Subdivisão de Operações Militares do CINDACTA II e Membro Brasileiro do Painel de Aeronaves Remotamente Pilotadas da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), Major Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Jorge Alexandre de Almeida Regis; do Chefe da Seção de Sistema de Aeronave Não Tripulada do Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE), Tenente Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Fábio Augusto Lima Rennó, com mediação do Adjunto da Seção de Planejamento de Sistema de Aeronave Não Tripulada do DECEA, Capitão Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Emerson Augusto Miranda.

No painel sobre Segurança Pública, no tocante a resposta a desastres, o Major do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG), Kleber Silveira de Castro, e o Capitão Rodrigo Faillace Buxbaum, do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (CBMERJ), enfatizaram a atuação do uso de veículos aéreos não tripulados em missões com características de busca e salvamento, como o caso do desastre em Brumadinho. 

Mediado pela Tenente Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Melissa Dangelo Cerrone Cinelli, Chefe da Seção de Sistema de Aeronave Não Tripulada do CINDACTA I, o último painel reuniu representantes da área de ensino. A Engenheira Agrônoma da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Cinthya de Souza Marinho, e o Doutor em Engenharia e Coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Transporte Aéreo e Ciências Aeronáuticas da Faculdade de Tecnologia AEROTD, Giovani de Paula, destacaram, cada qual na sua área, a utilização da aeronave não tripulada com enfoque acadêmico.

No encerramento, Coronel Marshal agradeceu a presença de todos e destacou a importância do DECEA, como órgão normatizador do uso do espaço aéreo no Brasil, que entende a grande relevância em se divulgar a legislação e as informações necessárias para que pilotos e operadores de aeronaves não tripuladas possam realizar operações seguras e em consonância com o arcabouço regulatório em vigor, bem como com as normas preconizadas pela OACI.

“O objetivo do SIRESANT 2021 é  de promover essa divulgação das legislações pertinentes e de fortalecer a interação entre a Academia, os pilotos e operadores de UAS e o DECEA, que formam a tríplice hélice da inovação nesse segmento aeronáutico, com o foco principal na segurança operacional”, concluiu. 

O público também pôde interagir, esclarecendo dúvidas e fazendo colocações sobre os assuntos apresentados. Os participantes foram unânimes em reconhecer a relevância do evento.

Segundo Dia

No segundo dia do Simpósio Regional sobre Sistemas de Aeronaves Não Tripuladas (SIRESANT), a conscientização sobre o uso seguro das aeronaves não tripuladas (UA) e a integração desse tipo de aviação no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) foram assuntos de debate.

O Chefe da Divisão de Operações do CINDACTA I, Coronel Aviador Anderson Belchior Zuchetto de Castro, foi o responsável por conduzir o segundo dia de evento. Na ocasião, o DECEA foi representado no Painel “Gerenciamento e Planejamento do Espaço Aéreo” pelo Capitão Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Márcio André da Silva, Assessor da Seção de Planejamento de Gerenciamento de Tráfego Aéreo (ATM) do Subdepartamento de Operações do DECEA e Gerente do Projeto UAM – Mobilidade Aérea Urbana.

Segundo o Capitão André, “A UAM prevê um sistema de transporte aéreo seguro e eficiente que usará aeronaves altamente automatizadas que operarão e transportarão passageiros ou cargas em altitudes mais baixas em áreas urbanas e suburbanas”.

O painel teve a participação, também, de Samuel Salomão, Fundador e Chefe de Produto na Speedbird Aero, empresa brasileira dedicada a desenvolver e operar sistemas de drones para logística, com mediação do Chefe da Seção de Sistema de Aeronave Não Tripulada do Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE), Tenente Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Fábio Augusto Lima Rennó

Os palestrantes abordaram, entre outros assuntos, o papel dos órgãos reguladores, a integração dos setores envolvidos, os grandes desafios e as perspectivas para as operações – a médio e longo prazos – do EVTOL (Electric Vertical Takeoff and Landing, em português Veículo Elétrico de Decolagem e Pouso Vertical).

O EVTOL é uma das apostas da indústria nos próximos anos e, naturalmente, exigirá dos órgãos competentes uma regulação efetiva, sobretudo no que tange à segurança de seus usuários e da população. “Estamos nos preparando para atender a demanda de entrega, trabalhando para proporcionar ganho de tempo para a sociedade, mas pautado sempre na segurança da operação”, pontuou Samuel Salomão.

O painel sobre “Aerolevantamento e Aerofotogrametria de Aeródromos” contou com a participação do Capitão Especialista em Controle de Tráfego Aéreo da Reserva José Sebastião de Jesus Muniz, Coordenador da Seção de Geoinformação, Meteorologia e Aerolevantamento do Ministério da Defesa (MD) e do Tenente Especialista em Cartografia Nelson Feijoli Diamantino, Chefe da Seção de Operações de Campo do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA).

Em suas apresentações, foram destacados as principais vantagens das operações com uso das aeronaves não tripuladas; o aerolevantamento por meio de UA (do processo de inscrição à análise dos projetos); os principais passos para a certificação de uma aeronave não tripulada, vantagens das operações com UA e os Produtos de Aerolevantamento de Interesse da Defesa (PAID).

Em seguida, o comandante do Comando da Aviação da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Coronel Paulo Luiz Scachetti Junior, palestrou sobre o emprego nas atividades de segurança pública e de defesa civil e expôs os projetos de uso de UAS na PMESP.

Nesta terceira edição do Simpósio, o Gerente de Aeronavegabilidade na empresa Xmobots, Décio Gomes Palhas Junior, falou sobre os benefícios e novos desafios às operações além da linha de visada (BVLOS) com aeronaves remotamente pilotadas. “A operação tem alguns tipos de desafios, como o acesso ao espaço aéreo e a confiabilidade do sistema. É necessário ter um ambiente integrado e garantir a escalabilidade das operações de uma maneira segura e eficiente”.

Terceiro Dia

Ao final do terceiro dia, o evento somou mais de 3.000 visualizações e teve um enfoque de caráter mundial com a participação da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), com debate sobre a visão atual e futura do mercado de drones no Brasil e os desafios da integração dos sistemas de aeronaves não tripuladas.

O Comandante do CINDACTA I, Coronel Aviador Luiz Felipe Thomaz Gomes Araujo, foi o responsável por conduzir o último dia de evento.

O primeiro painel, que abordou o tema “Gerenciamento e Planejamento do Espaço Aéreo e os Principais Projetos do DECEA para Implementação das Aeronaves Não Tripuladas (UAS) no Brasil”, contou com a participação do Capitão Aviador Jean Pierre de Castro Benevides, Adjunto da Seção de Planejamento de Sistema de Aeronave Não Tripulada do DECEA; Capitão Aviador Carlos Eduardo Ferreira Silva, Chefe da Seção de Gerenciamento de Meios Aéreos do Primeiro Esquadrão do Décimo Segundo Grupo de Aviação (Esquadrão Hórus), com mediação do Tenente Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Eduardo Araújo da Silva, Chefe da Seção de Coordenação e Controle de Sistema de Aeronaves Não Tripuladas do DECEA.

Em sua palestra, o Capitão Benevides teve a oportunidade de demonstrar os benefícios da nova versão do Sistema de Solicitação de Acesso ao Espaço Aéreo Brasileiro por Aeronaves Não Tripuladas, o SARPAS NG, que viabilizará conexões por meio de API (Interface de Programação de Aplicações). O recurso proporcionará o acesso de outras aplicações ao SARPAS, com segurança, baseado nas diretrizes do DECEA.

O Capitão Carlos Eduardo do Esquadrão Hórus destacou, em sua apresentação, o uso dos Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAS) da Força Aérea Brasileira (FAB) como ferramenta de inteligência em ações de apoio à segurança pública.

No painel sobre a conscientização sobre o uso seguro das aeronaves não tripuladas, o Coronel Aviador da Reserva Jorge Humberto Vargas Rainho, Fundador e CEO da T4 Drones, destacou, dentre outros assuntos, a importância do envolvimento dos stakeholders. “Precisamos ter a colaboração, integração dos reguladores, indústrias, academia e a conscientização dos usuários, visando a sinergia da busca entre os participantes para ter uma evolução sustentável dos setores”, afirmou.

A regulamentação esteve presente em quase todas as apresentações e reforçou a necessidade da realização do cadastro das aeronaves pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a homologação pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e a necessidade de solicitação ao DECEA para acessar o espaço aéreo, feito através do SARPAS.

O Brasil tem participado, ativamente, por meio de seus representantes, das atividades do Painel de Aeronaves Não Tripuladas gerenciado pela Organização da Aviação Civil Internacional.

Neste terceiro dia de simpósio, Mark Wuennenberg, integrante do Corpo Técnico do Secretariado da OACI para RPAS, apresentou um panorama sobre as infraestruturas para o gerenciamento de tráfego aéreo não tripulado, as estratégias de mobilidade aérea avançada e os modelos de regulamentação para UAS.

“A OACI continua a desenvolver orientações sobre a infraestrutura permanente para o gerenciamento de tráfego aéreo de aeronaves não tripuladas com contribuições para os Estados, a indústria, a academia e outros stakeholders, que estabelecerão parâmetros para o Sistema UTM (Gerenciamento de Tráfego de Aeronaves Não Tripuladas) do futuro”, esclareceu Mark Wuennerberg.

No último painel, a Tenente Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Melissa Dangelo Cerrone Cinelli, Chefe da Seção de Sistema de Aeronave Não Tripulada do CINDACTA I, apresentou as atividades do Regional sobre as aeronaves não tripuladas. “Existe a necessidade de conscientizar a sociedade a respeito do uso dos UAS e assim, fomentar este segmento tão promissor, sem, contudo, abrir mão da segurança”, destacou.

Segundo o Comandante do CINDACTA I, o evento superou as expectativas, tanto em termos de participantes, quanto na qualidade dos painéis com ampla variação de temas. “Recebemos um grupo seleto de palestrantes, permitindo compartilhar conhecimentos, trocar informações e disseminar a importância da utilização profissional e responsável das aeronaves não tripuladas”, avaliou o Coronel Thomaz.

Informações do DECEA

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