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“Aviação civil não é vetor de contaminação do coronavírus”, afirma diretor da ALTA

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José Ricardo Botelho, diretor-executivo e CEO da ALTA defende que a retomada do tráfego aéreo ganha força à medida que o passageiro sente-se seguro para voltar a voar: “Aviação civil não é vetor de contaminação do novo coronavírus”.

Avião Airbus A321

O compromisso com a segurança e a saúde de passageiros e trabalhadores, a adoção dos protocolos recomendados pelo grupo CART, da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), em virtude da pandemia da Covid-19 e a testagem padronizada dos viajantes vai aos poucos restaurar a confiança de todos nas viagens aéreas.

Foi o que defendeu o diretor-executivo e CEO da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), José Ricardo Botelho, na última quarta-feira (18/11), quando participou do Painel 2020 – Pacto pela Infraestrutura Nacional e Eficiência Logística, promovido pelo Instituto Besc de Humanidades e Economia.

Mediado por Ronei Glanzmann, secretário nacional de Aviação Civil, o debate contou também com a participação de Tiago Sousa Pereira, diretor substituto da ANAC; Julio Ribas, diretor-presidente da Salvador Bahia Airport; e Marcelo Oliveira Mota, diretor de operações da Aeroportos Brasil Viracopos.

União público + privado

José Ricardo Botelho ressaltou que o trabalho conjunto entre poder público e setor privado têm sido de grande importância nos países que reabriram suas fronteiras e que têm relevantes mercados domésticos, como é o caso de México, Colômbia e Brasil.

Segundo ele, as decisões governamentais, amparadas pelos protocolos sanitários, são fundamentais, pois à medida que a indústria vai retomando seu ritmo, mostra que viajar é seguro e que a aviação não propaga a contaminação do vírus.

“Os protocolos estabelecidos de acordo com o grupo CART alcançam toda a cadeia e este é o motivo que faz as pessoas se sentirem à vontade para voltar a voar, o que é benéfico para a conectividade da região e para garantir milhões de empregos e receita em países onde o turismo representa até 15% do PIB local”, afirmou o diretor-executivo da ALTA, citando o caso do México. Em toda América Latina e Caribe, o setor de viagens e turismo contribui com 8,1% do PIB da região.

Ronei Glanzmann traçou um panorama do mercado aéreo brasileiro antes da crise da Covid-19 e neste momento de retomada. Segundo o secretário, no período pré-pandemia, o Brasil operava cerca de 2400 voos diários no mercado doméstico (100 milhões de passageiros por ano) e, em março de 2020, viu este volume de tráfego despencar para menos de 200 voos diários.

Ele ressaltou, no entanto, que o tráfego aéreo doméstico tem sido retomado gradualmente, com mais de 1500 voos/dia em novembro, e a probabilidade é de que no mês de dezembro atinja 75% a 80% do volume de tráfego de dezembro de 2019 (mais de 2000 voo/dia). Por outro lado, Glanzmann reconheceu que a retomada do mercado internacional será mais lenta, pois a queda foi mais acentuada e o Brasil depende de outros países.

Carga aérea

Marcelo Oliveira Mota informou que o movimento de cargas transportadas no mundo por via aérea vem diminuindo, que 2019 foi o pior ano dos negócios de carga e que a tendência para os próximos anos é um cenário de declínio lento e constante.

Mota afirmou, no entanto, que durante a pandemia, entre março e novembro de 2020, o volume de transporte de cargas por importação em Viracopos, que tem uma das principais operações cargueiras do país, aumentou 45,5%, e o movimento por exportação, 56,5%. Ele ressaltou ainda que o perfil da carga mudou, devido à demanda por transporte de medicamentos, máscaras, insumos hospitalares e produtos vendidos por e-commerce.

Confiança

Tiago Pereira enfatizou as medidas adotadas pelo governo brasileiro no relacionamento com as empresas aéreas para minimizar os impactos da pandemia no setor. Entre elas, os esforços de repatriação de brasileiros no exterior, a permissão para transporte de cargas em cabine de passageiros e as determinações da Medida Provisória 925, posteriormente convertidas na Lei 14.034, que prorrogou outorgas das concessões aeroportuárias e definiu regras de reembolsos de passagens.

Julio Ribas, assim como José Ricardo Botelho, destacou o bom trabalho realizado entre o governo e o setor privado ao longo dos últimos meses, chamando atenção para o fato de que se aproxima a 6ª rodada de leilões de aeroportos, em 2021, e que os resultados desta parceria é um dado relevante a ser levado em consideração pelos investidores que pretendem entrar no mercado brasileiro. Segundo Ribas, o Brasil foi um dos países que apresentou as melhores soluções de enfrentamento da crise no setor aéreo.

Informações da ALTA

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