Aviação venezuelana leva golpe e acaba rebaixada para “muito insegura”

As autoridades norte-americanas rebaixaram a classificação de risco da aviação na Venezuela na sexta-feira passada, 13 de dezembro, dizendo que o país não é capaz de atender aos padrões internacionais básicos de segurança das companhias aéreas. Entenda por que isso aconteceu.

Venezuela
Foto de Maor X via Wikimedia Commons

A Administração Federal de Aviação (FAA) disse que recentemente realizou uma “extensa revisão” da autoridade de aviação civil da Venezuela, levando à mudança de status. “O regime venezuelano não está em conformidade” com os padrões internacionais, afirmou o comunicado da FAA.

As autoridades de aviação da Venezuela ou não possuem regulamentos necessários para supervisionar suas transportadoras com um padrão mínimo, ou não possuem experiência, treinamento ou procedimentos de inspeção adequados, entre outras questões de segurança, afirmou a FAA.

Venezuela na lista negra do transporte aéreo

A Venezuela se une a países como Malásia, Bangladesh, Costa Rica e Gana, considerados abaixo dos padrões internacionais. A classificação não proíbe automaticamente os aviões de um país de pousar nos EUA, mas estão sujeitos a mais restrições.

As companhias aéreas domésticas da Venezuela, Laser Airlines e Avior Airlines, voaram entre os dois países, mas atualmente não há mais voos diretos. A Avior também está impedida de voar também para a União Europeia, igualmente por restrições relacionadas à segurança.

A FAA disse que avalia as autoridades da aviação civil de todos os países com transportadoras aéreas que se candidataram a voar para os Estados Unidos ou a participar de acordos de compartilhamento de código com as companhias aéreas americanas, e torna essas informações públicas.

LER MD81 YV1240 TNCA 31/DEC/15

Confira o comunicado da FAA na íntegra

“A Administração Federal de Aviação (DOA) do Departamento de Transportes dos EUA (DOT) anunciou hoje que o regime venezuelano não está em conformidade com os padrões de segurança da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) sob o programa Avaliação de Segurança da Aviação Internacional (IASA) e recebeu uma Categoria 2.

Uma classificação IASA de Categoria 2 significa que o país carece de leis ou regulamentos necessários para supervisionar as transportadoras aéreas de acordo com os padrões internacionais mínimos, ou sua autoridade de aviação civil – um órgão equivalente ao FAA para questões de segurança da aviação – é deficiente em uma ou mais áreas, tais como conhecimento técnico, pessoal treinado, manutenção de registros, procedimentos de inspeção ou resolução de problemas de segurança. No momento, não há voos entre os Estados Unidos e Venezuela.

A FAA determinou que o regime venezuelano não está mais em conformidade com os padrões internacionais de segurança da aviação. A FAA recentemente conduziu uma extensa revisão com base nas informações relacionadas à segurança atualmente disponíveis e determinou que é necessária uma alteração na categoria IASA. Devido às condições na Venezuela, os voos entre os Estados Unidos e a Venezuela já são proibidos pelo DOT e pelo Departamento de Segurança Interna.

YV2256 Conviasa Boeing 737-300

Como parte do programa IASA da FAA, a agência avalia as autoridades de aviação civil de todos os países com transportadoras aéreas que se candidataram a voar para os Estados Unidos, atualmente realizam operações nos Estados Unidos ou participam de acordos de compartilhamento de código com companhias aéreas parceiras dos EUA. e disponibiliza essas informações ao público. As avaliações determinam se as autoridades estrangeiras da aviação civil estão ou não cumprindo os padrões de segurança da OACI, não os regulamentos da FAA.

Uma classificação de Categoria 1 significa que a autoridade de aviação civil do país está em conformidade com os padrões da ICAO. Com uma classificação IASA Categoria 1, as transportadoras aéreas de um país podem estabelecer serviços para os Estados Unidos e levar o código de transportadoras americanas. Para manter uma classificação de Categoria 1, um país deve aderir aos padrões de segurança da ICAO, a agência técnica das Nações Unidas para a aviação que estabelece padrões internacionais e práticas recomendadas para operações e manutenção de aeronaves. As informações da IASA são publicadas em nosso site.”

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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