A crise da Avianca Brasil parece não ter fim: perda do slots é cada vez mais iminente e abuso com funcionários surgem.
Temos recebido muitos relatos de funcionários, mas aqui replicamos um dos problemas mais recorrentes, reportados por ex-funcionários do call-center da companhia.
Desde o início da Recuperação Judicial (RJ) o call-center foi a área mais afetada: tratativas referentes a voos cancelados internacionais e domésticos são feitas apenas por lá.
Mas a situação se degradou nas últimas semanas: a saída de funcionários que acharam outras oportunidades de emprego tem sobrecarregado os restantes, que continuam sem salário.
O call-center da empresa funcionava no centro de São Paulo num andar alugado do prédio da Atento. Com as dívidas contínuas mesmo após a entrada em RJ, a dona pediu o espaço de volta.
Desde então, o atendimento foi transferido para o prédio da empresa na Avenida Washington Luís, em frente ao Aeroporto de Congonhas.
Sem Salários, Vale-Transporte, Vale-Alimentação e Vale-Refeição, muitos funcionários pararam de ir todos os dias ao trabalho. A ajuda de R$500 anunciada junto ao Ministério Público do Trabalho – MPT só seria fornecida para quem não faltou e não fez pausas longas na jornada.
Um dos relatos, cuja origem não será divulgada para preservar o profissional, diz que “os funcionários se sentem coagidos, e empresa condicionou a rídicula ajusta de custo a apenas quem não faltou nas últimas semanas ou não fez pausas longas entre atendimentos. Para os que não conseguem vir por falta de vale-transporte, pediram para trabalharmos de casa, sem nenhuma ajuda de custo extra. Quem continuar faltando seria demitido por justa causa”, declarou.
Ao ligar no call-center hoje a espera é de horas, se conseguir ser atendido. A fila de reembolso integral passa mais de 35 mil solicitações.
A situação é a mesma com o time de aeroportos: os gestores que sobraram trabalham com outros funcionários para atender aos passageiros. Quem já foi demitido, só está conseguindo ter acesso ao FGTS se entrar na justiça, já que a Avianca não fez homologação ou pagou verbas recisórias.
Perda de slots
Na parte operacional os voos estão suspensos. A medida da ANAC veio após dezenas de Relatórios de Prevenção (RELPREV) preenchidos por tripulantes alegando falta de segurança por condições psicológicas degradantes devido a falta de salário, benefícios e pesperctivas.
A Avianca Brasil mentiu ao afirmar que tomou a decisão de suspender por contra própria. A empresa que alegou não ter dinheiro para pagar salários mantinha os voos pagando taxas aeroportuárias e combustível à vista.
Sem operar voos, a Avianca Brasil pode perder os seus slots: a utilização abaixo de em torno de 70% do slot por qualquer companhia configura perda e o mesmo será redistribuído para outras empresas para a próxima temporada (que começa dia começa em 27 de outubro deste ano e deverá ter os slots definidos até 31 de agosto).
Sabendo dessa situação a Azul já começou uma campanha nas redes sociais para trazer apelo público a sua possível entrada na Ponte Aérea Rio – São Paulo.