Avianca contrata pilotos estrangeiros para driblar a greve na Colômbia

A Avianca está recrutando pilotos estrangeiros para repor o quadro de pilotos que estão em greve desde o dia 20 do mês passado. A medida é totalmente legal e foi autorizado pela Dirección General de Aeronáutica Civil (DGAC), orgão regulador de aviação na Colômbia.




A greve foi aderida por 700 dos 1300 pilotos da Avianca colombiana e não afeta as operações da Avianca Brasil, que é totalmente independente da Avianca Holdings que controla as companhias Avianca Colômbia e TACA. Ainda assim a Avianca Brasil assumiu alguns voos entre São Paulo e Bogotá utilizando aviões próprios. Estimativas apontam para prejuízo acumulado de $17.5 milhões de dólares.

Com a medida aprovado pelo DGAC, pilotos das aéreas do Grupo Synergy devem voar aviões colombianos nas próximas semanas. A expectativa é que os tripulantes das subsidiárias do grupo conseguiam atender a demanda e trazer os voos para a normalidade. O Grupo Synergy é um grande conglomerado brasileiro com atuação nos setores petrolífero, naval e aeronáutico em toda a América Latina. Além da original Avianca na Colômbia e a Avianca Brasil, existem divisões com a marca Avianca no Equador, Argentina, El Salvador, Costa Rica, Guatemala, Honduras e Nicarágua.

Até agora a Avianca cancelou mais da metade dos voos domésticos e internacionais, afetando mais de 300 mil passageiros. Pela conectividade com a Avianca Brasil e a Star Alliance, a greve trouxe transtornos em solo brasileiro com a reacomodação nos voos para a Colômbia.

Segundo o Coronel Edgar Sanchez, atual diretor do DGAC, “a medida (de contratação de estrangeiros) está disponível para todo o setor aeronáutico, pode ser usada por qualquer companhia aérea no momento que houver uma situação especial”. Ainda assim a permissão para contratação de estrangeiros permitem um período de trabalho de no máximo 90 dias, e os pilotos devem ter licença válida no seu país de origem e passar por um treinamento na Colômbia.

Reivindicações

Pilotos colombianos protestam contra a Avianca | Foto: Mauricio Alvarado – El Espectador

Os pilotos colombianos associados à Associação Colombiana de Aviadores Civis (ACDAC) pedem redução de jornada, aumento salarial e pagamento de 70% das taxas mensais. A companhia por sua parte tentou, sem sucesso, negociar no início da greve, e recentemente iniciou a campanha #YoNoParo, demonstrando os funcionários que não aderiraram à greve.

A paralisação foi declarada ilegal pelo Tribunal Superior de Bogotá. Na decisão a corte argumenta “que os aviadores prestam um serviço público essencial, sendo assim, uma atividade que afeta todo o país e que não pode sofrer paralisação de operações”. Apesar da decisão, o ACDAC pode recorrer e a decisão final pode demorar meses, inclusive se estendendo até 2018.

A Avianca declarou que já está com currículos de 1.500 pilotos não associados ao ACDAC para contratação futura, fazendo pressão sobre a associação.

Com informações da Reuters e do El Espectador.

 

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

Veja outras histórias

Air Botswana vai adquirir mais aeronaves Embraer para aumentar presença na...

0
A Air Botswana, apesar dos diversos desafios enfrentados, está pronta para alçar voos mais altos, desta vez com ajuda financeira do governo