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Avianca reduzirá oferta e demitirá 6 mil no pós-pandemia

Em entrevista ao jornal  chileno La Tercera, chefe de finanças da Avianca, Adrián Neuhauser, informou que a pandemia de COVID-19 forçará uma redução estrutural da companhia colombiana. O CFO prevê que, nos próximos meses, o corpo operacional na empresa deve ser reduzido de 20 mil para 14 mil profissionais.

O executivo destacou que os últimos meses têm sido desafiadores para a realidade financeira que a companhia enfrenta. “Antes da Covid, éramos pouco mais de 20 mil funcionários, mas não éramos uma empresa eficiente. Acreditamos que a Avianca pós-Covid será operacionalmente 30% menor, o que resultaria em cerca de 14 mil pessoas trabalhando, no longo prazo”, disse Neuhauser  em entrevista ao jornal.

Hoje, cerca de metade da força de trabalho da Avianca está com contratos suspensos em decorrência da crise. A empresa espera que a partir da aprovação total do plano de reestruturação nos Estados Unidos, é possível iniciar uma reorganização focada na redução da companhia. A medida envolve planos de aposentadoria voluntária que devem ser concluídos em até dois anos.

A Avianca é, atualmente, a principal concorrente regional da Latam Airlines. Neste ano, ambas as companhias entraram com ações de recuperação financeira com base na Lei de Falências dos EUA (Chapter 11). Na semana passada, o Tribunal de Falências americano aprovou acesso a crédito de US$ 2 bi para reestruturação. A empresa colombiana chegou a ter uma perda de faturamento de 80% devido à crise sanitária.

O Governo colombiano também chegou a aprovar um empréstimo de US$370 milhões para ajudar no processo de resgate da empresa, mas o socorro foi suspenso pela Justiça e até agora não se sabe como ficará. Mas Neuhauser destaca que a empresa tem conseguido financiamentos substitutos de outras fontes, o que tem garantido a sobrevivência da empresa ao longo da crise e a menor dependência do poder público.

Segundo Neuhauser, a Avianca irá passar por um processo de reavaliação de malha e redução de oferta de voos e da capacidade das aeronaves para ampliar os negócios e a lucratividade.

“A lucratividade continua sendo um foco crítico. Quando reformularmos o negócio e ajustarmos a oferta, acreditamos que a lucratividade será 70% maior do que antes. Essa empresa havia crescido muito rápido e colocado muita capacidade em muitas rotas, o que não estava de acordo com a demanda. É fundamental não gerar excesso de oferta e a abordagem da rentabilidade passará por um ajuste, encolhendo a rede e ajustando custos à nova escala”, afirmou o executivo.

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