Um avião esteve a 6 metros de colidir com um objeto voador não-identificado

Foto de Milad A380, CC BY 3.0, via Wikimedia

A esmagadora maioria dos incidentes recentemente analisados pelo UK Airprox Board, órgão especializado na investigação de quase-colisões aéreas do Reino Unido, envolve aeronaves e drones, mas há casos que fogem um pouco dessa regra, como um envolvendo um Airbus A321 no dia 16 de outubro.

Em um recente relatório do órgão britânico, é relatado que, naquele dia, os pilotos de uma aeronave Airbus A321 haviam acabado de decolar da pista 09R do aeroporto internacional de Londres – Heathrow, um dos mais movimentados do mundo, quando um objeto vermelho brilhante foi observado passando pelo lado da aeronave a cerca de apenas 20 pés (6 metros) da asa esquerda.

No relatório consta que, devido à velocidade da aeronave, os pilotos não conseguiram distinguir que objeto era aquele, e se era um balão de hélio ou um drone (ou outro objeto qualquer), de modo que o incidente ficou registrado como sendo um objeto voador não-identificado. No entanto, como uma pista para os investigadores, naquele mesmo dia outros pilotos já haviam reportado que tinham avistado um drone a cerca de 3,5 quilômetros do campo de aviação.

Objetos voadores, sejam quais forem (balões, drones, pessoas com jetpack, entre outros), representam um enorme risco para as aeronaves que, se impactarem com um desses itens em alta velocidade, potencializam os efeitos, podendo resultar em danos graves à aeronave e situações que afetem a segurança do voo.

Como resultado, o Conselho do UK Airprox Board considerou que o relato do piloto retratou uma situação em que existiu o iminente risco de colisão, vindo tal incidente a receber a mais alta classificação de risco (A). Tal classificação é atribuída à minoria dos casos, o que significa que tratou-se de um incidente realmente sério.

Recentemente, no dia 31 de dezembro, em plena noite de réveillon, um Airbus A319 da Avianca Colombia veio a colidir com um balão de grandes proporções sobre Bogotá, fazendo com que os pilotos declarassem emergência já na aproximação final. Embora a extensão dos danos no jato colombiano ainda não tenham sido divulgadas, a colisão numa etapa crítica do voo poderia ter terminado em tragédia.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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