Avião Embraer E195 da Azul tem problemas com os flaps que obriga voo a ser desviado

Um avião de fabricação brasileira do modelo Embraer E195-E1, pertencente à Azul Linhas Aéreas, teve que ser desviado de sua rota original após os pilotos identificarem um problema com os flaps da aeronave. O incidente aconteceu no dia 20 de março e o CENIPA reportou o relatório inicial nessa semana. Entenda o que aconteceu.

Avião Embraer E195 Azul
Aeronave similar à envolvida no incidente

O incidente ocorreu com o Embraer E195 de registro PR-AXT, enquanto realizava o voo AD4055, de Belo Horizonte para Congonhas, com 98 passageiros e 5 tripulantes a bordo. No momento em que a aeronave estava em aproximação para a pista 35R do aeroporto da capital paulista, os pilotos receberam nos computadores de bordo uma mensagem de discordância entre os Slats e o Flap Lever, resultando numa aproximação frustrada.

Segundo dados Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) e compartilhados pelo The Aviation Herald, após arremeterem, os pilotos subiram até o FL100 (10.000 pés) e executaram as checklists previstas para esse tipo de evento.

Perfil do voo conforme rastreado na plataforma FlightAware

Após verificarem que não havia necessidade de declarar uma emergência, os comandantes optaram por um pouso em Guarulhos, por precaução. O pouso na pista 27L vinte minutos após a arremetida e o desembarque aconteceram normalmente.

A causa-raiz do incidente ainda está em investigação pelo CENIPA. O avião retornou à malha aérea da Azul no mesmo dia.

Flaps e Slats

A sustentação gerada por uma asa depende da sua forma, área e da velocidade da aeronave. Durante a decolagem e pouso, a velocidade do avião é reduzida e então, para manter a sustentação da aeronave (no caso do pouso) ou auxiliar com que ela possa sair do chão a velocidades menores, os projetistas de aviões tentam aumentar a área da asa e alterar a forma do aerofólio, colocando algumas peças móveis nas bordas de ataque e de fuga das asas.

imagem: NASA

Essas peças móveis são chamadas de slats e flaps e se movem ao longo de trilhos de metal embutidos nas asas. Mover os flaps para trás (em direção à cauda) e os slats para a frente aumenta a área da asa, enquanto que girar suas bordas para baixo aumenta a curvatura do perfil aerodinâmico. Todo esse sistema, junto, assegura uma maior sustentação para a aeronave em momentos de decolagem e pouso.

Na próxima vez que você voar, observe as asas durante a decolagem e o pouso. Na decolagem, queremos sustentação e baixo arrasto, portanto os flaps são estendidos em uma configuração moderada. Durante o pouso, queremos alta sustentação e alto arrasto e, portanto, os flaps e slats são totalmente estendidos.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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