Avião Superjet volta a voar sem cumprir tarefas de despreservação pós-estocagem

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Uma falha perigosa ocorreu na Rússia no mês passado, quando se descobriu que um avião Sukhoi Superjet 100 (SSJ100), de porte semelhante aos E-Jets da Embraer, efetuou uma série de voos comerciais sem o cumprimento de tarefas de retorno ao serviço pós-estocagem de longo prazo.

Avião Sukhoi Superjet 100-95 Aeroflot
Superjet 100 da Aeroflot – Imagem: Anna Zvereva from Tallinn, Estonia / CC BY-SA

Segundo reporta o The Aviation Herald, a aeronave envolvida foi o Superjet 100-95 registrado sob a matrícula RA-89044, pertencente à companhia aérea russa Aeroflot, e a falha começou em 15 de julho, quando cumpriu o voo de número SU-1408 de Moscou-Sheremetyevo a Koltsovo, ambos na Rússia.

Sem qualquer intercorrência no voo, a aeronave continuou em serviço e completou uma série de operações até 29 de julho, quando foi descoberto que não havia sido completamente preparada para retornar ao serviço após o armazenamento de longo prazo.

Por padrão, os fabricantes definem procedimentos a serem cumpridos quando um avião vai ser mantido fora de serviços por muitas semanas ou meses (clique aqui para ver, por exemplo, como a Qantas faz isso em seus gigantes Airbus A380). São ações que garantirão a preservação da aeronave contra danos, como corrosões, e que precisam ser desfeitas quando do retorno ao serviço, a chamada “despreservação”.

A agência de aviação civil da Rússia, Rosaviatsia, relatou que o SSJ100 esteve em armazenamento de longo prazo de 3 de maio de 2020 a 15 de julho de 2020, quando então os trabalhos de preparação para retorno ao serviço foram realizados por uma contratada de manutenção.

Entretanto, durante uma nova intervenção de manutenção após os voos, em 29 de julho de 2020, pacotes de sílica gel (usados para absorver umidade) foram encontrados sob as carenagens de ambos os motores, e várias válvulas ainda tinham fitas vermelhas anexadas.

Tudo deveria ter sido removido se a região tivesse sido acessada durante os procedimentos de preparação para retorno ao serviço, o que revela que parte das tarefas não deve ter sido completada.

Por sorte, no perigoso incidente nada do que foi esquecido influenciou no funcionamento dos sistemas da aeronave.

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Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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