Avião de treinamento quase colidiu no ar com turboélice ATR por falha de procedimento básico

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Um acidente na Austrália foi evitado pelo TCAS de um turboélice de passageiros, que passou a uma reduzida distância de outro avião que estava em treinamento.

ATR da Virgin Australia © Duan Zhu

Os fatos foram apresentados pelo Bureau de Segurança do Transporte da Austrália (ATSB), país onde ocorreu o incidente em outubro de 2019, envolvendo um monomotor a pistão Piper PA-28 e um turboélice ATR 72 da Virgin Australia.

A bordo do PA-28 estava apenas o piloto, fazendo um voo de treinamento de Wagga Wagga para Albury, ambos no estado da Nova Gales do Sul. Já no ATR, que também pousava em Albury, estavam quatro tripulantes e 66 passageiros.

Imagem: ATSB

Conforme mapa disponibilizado acima pelas autoridades australianas, o Piper PA-28 (linha vermelha) foi autorizado a entrar na perna base (último trecho antes da aproximação para o pouso, identificado por “base leg” na imagem) na frente do ATR (linha verde), que pousaria logo depois do Piper.

Nesta autorização, ao piloto do PA-28 foi informada a presença do avião da Virgin, mas ele não respondeu se tinha contato visual com o ATR e apenas prosseguiu para seu pouso. Com isso, as duas aeronaves chegaram a uma reduzida distância de 22 metros (75 pés) de separação vertical e 110 metros de separação horizontal.

Com a proximidade entre os aviões, o TCAS do ATR, que é o aparelho anti-colisão que funciona com informações recebidas dos transponders de aeronaves próximas, avisou a tripulação da Virgin sobre a possibilidade de colisão, e uma manobra evasiva foi feita.

Piper PA-28
Piper PA-28, semelhante do envolvido no incidente

Segundo revela a investigação, o controlador de tráfego aéreo não se preocupou em confirmar que o PA-28 recebeu a informação de que havia um ATR também vindo para pouso.

Outro ponto levantado é que ambos os pilotos sabiam da outra aeronave na área, mas não “procuraram” pela mesma para manter a separação visual e nem reportaram o fato aos controladores.

Como resultado, foram emitidas recomendações para que a empresa aérea, controladores e a academia de voo reforcem a importância de repetir as informações recebidas nas comunicações de rádio, assim como manter sempre separação visual quando operando sob regras de voo visual.

Com informações do ATSB

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Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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